quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Mundos transitórios

234 Existem, como já foi dito, mundos que servem aos Espíritos errantes como estâncias transitórias ou locais de repouso?
– Sim, existem. São particularmente destinados aos seres errantes, que podem neles habitar temporariamente. São como acampamentos, campos para repousar de uma erraticidade bastante longa, condição sempre um tanto angustiante. São posições intermediárias entre os outros mundos, graduados de acordo com a natureza dos Espíritos que podem alcançá-los e onde podem desfrutar de um bem-estar relativamente maior ou menor, conforme o caso.
234 a Os Espíritos que habitam esses mundos podem deixá-los quando querem?
– Sim, os Espíritos podem deixá-los para irem aonde devem ir. Imaginai-os como pássaros de passagem pousando numa ilha, esperando refazer suas forças para alcançar seu objetivo.
235 Os Espíritos progridem durante sua estada nos mundos transitórios?
– Certamente. Os que neles se reúnem é com o objetivo de se instruir e poder mais facilmente obter a permissão de alcançar lugares melhores e chegar à posição que os eleitos atingem.
236 Os mundos transitórios, por sua natureza especial, são perpetuamente destinados aos Espíritos errantes?
– Não; a posição deles é apenas temporária.
236 a Esses mundos são, ao mesmo tempo, habitados por seres corporais?
– Não; a superfície é estéril. Aqueles que os habitam não têm necessidade de nada.
236 b Essa esterilidade é permanente e resulta de sua natureza especial?
– Não, são estéreis transitoriamente.
236 c Esses mundos são, por isso, desprovidos de belezas naturais?
– A natureza se reflete nas belezas da imensidade, que são tão admiráveis quanto o que chamais de belezas naturais.
236 d Visto que o estado desses mundos é transitório, a Terra estará um dia nesse mesmo estado?
– Ela já esteve.
236 e Em que época?
– Durante sua formação.
Nada é inútil na natureza; tudo tem seu objetivo, sua finalidade. Nada está vazio, tudo está habitado, a vida está por todos os lugares. Desse modo, durante a longa série de séculos que se escoaram antes da aparição do homem sobre a Terra, durante esses lentos períodos de transição atestados pelas camadas geológicas, antes mesmo da formação dos primeiros seres orgânicos sobre essa massa informe, nesse caos árido onde os elementos estavam desordenados, não havia ausência de vida. Seres que não possuíam nem necessidades nem sensações físicas como as nossas, nela encontravam refúgio. Deus quis que, até mesmo nesse estado imperfeito, a Terra servisse para alguma coisa. Quem ousaria dizer que entre esses milhares de mundos que circulam na imensidão universal apenas um, um dos menores, perdido na vastidão, tivesse o privilégio exclusivo de ser povoado? Qual seria a utilidade dos outros? Deus os teria feito apenas para recreação dos nossos olhos? Suposição absurda, incompatível com a sabedoria que emana de todas as Suas obras e inadmissível quando se pensa na existência de todas as que não podemos perceber. Ninguém contestará que nessa idéia da existência de mundos ainda impróprios à vida material e, entretanto, povoados de seres com vida apropriada ao seu meio, há algo de grandioso e sublime, em que se encontra, talvez, a solução de mais de um problema.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

.Mensagem Espírita Depressão de Joanna de Ângelis por Divaldo Franco

Em apoio a cantora Paula Fernandes, que foi hostilizada nas redes sociais ao declarar-se espirita, segue mais nomes na lista das celebridades declaradamente espiritas...

A modelo Raica Oliveira, os atores Nicette Bruno, Paulo Goulart, Glor...ia Pires, Juliana Paes, Caio Blat e Ana Rosa são alguns famosos que seguem a religião. Podemos citar também O tenista Gustavo Kuerten que foi apresentando ao Espiritismo pelo fisioterapeuta Nilton Petrone. Gustavo recorreu a um tratamento espiritual no Lar do Frei Luiz, centro espírita da zona oeste do Rio de Janeiro em 2008 . “Foi minha primeira experiência com o espiritismo. Estou mais calmo e equilibrado”, disse em entrevista a revista ÉPOCA.Ver mais

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Perda de pessoas amadas. Mortes prematuras

21. Quando a morte ceifa nas vossas famílias, arrebatando, sem restrições, os mais moços antes dos velhos, costumais dizer: Deus não é justo, pois sacrifica um que está forte e tem grande futuro e conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções; pois leva os que são úteis e deixa os que para nada mais servem; pois despedaça o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura que era toda a sua alegria.
Humanos, é nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida, para compreenderdes que o bem, muitas vezes, está onde julgais ver o mal, a sábia previdência onde pensais divisar a cega fatalidade do destino. Por que haveis de avaliar a justiça divina pela vossa? Podeis supor que o Senhor dos mundos se aplique, por mero capricho, a vos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores que vos advêm, nelas encontraríeis sempre a razão divina, razão regeneradora, e os vossos miseráveis interesses se tornariam de tão secundária consideração, que os atiraríeis para o último plano.
Crede-me, a morte é preferível, numa encarnação de vinte anos, a esses vergonhosos desregramentos que pungem famílias respeitáveis, dilaceram corações de mães e fazem que antes do tempo embranqueçam os cabelos dos pais. Freqüentemente, a morte prematura é um grande benefício que Deus concede àquele que se vai e que assim se preserva das misérias da vida, ou das seduções que talvez lhe acarretassem a perda. Não é vítima da fatalidade aquele que morre na flor dos anos; é que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempo na Terra.
É uma horrenda desgraça, dizeis, ver cortado o fio de uma vida tão prenhe de esperanças! De que esperanças falais? Das da Terra, onde o liberto houvera podido brilhar, abrir caminho e enriquecer? Sempre essa visão estreita, incapaz de elevar-se acima da matéria. Sabeis qual teria sido a sorte dessa vida, ao vosso parecer tão cheia de esperanças? Quem vos diz que ela não seria saturada de amarguras? Desdenhais então das esperanças da vida futura, ao ponto de lhe preferirdes as da vida efêmera que arrastais na Terra? Supondes então que mais vale uma posição elevada entre os homens, do que entre os Espíritos bem-aventurados?
Em vez de vos queixardes, regozijai-vos quando praz a Deus retirar deste vale de misérias um de seus filhos. Não será egoístico desejardes que ele aí continuasse para sofrer convosco? Ah! essa dor se concebe naquele que carece de fé e que vê na morte uma separação eterna. Vós, espíritas, porém, sabeis que a alma vive melhor quando desembaraçada do seu invólucro corpóreo. Mães, sabei que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim, estão muito perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, a lembrança que deles guardais os transporta de alegria, mas também as vossas dores desarrazoadas os afligem, porque denotam falta de fé e exprimem uma revolta contra a vontade de Deus.
Vós, que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações do vosso coração a chamar esses entes bem-amados e, se pedirdes a Deus que os abençoe, em vós sentireis fortes consolações, dessas que secam as lágrimas; sentireis aspirações grandiosas que vos mostrarão o porvir que o soberano Senhor prometeu. - Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita de Paris. (1863.)

 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Das Manifestações Físicas Espontâneas


82. São provocados os fenômenos de que acabamos de falar. Sucede, porém, às vezes, produzirem-se espontaneamente, sem intervenção da vontade, até mesmo contra a vontade, pois que freqüentemente se tornam muito importunos. Além disso, para excluir a suposição de que possam ser efeito de imaginação sobreexcitada pelas idéias espíritas, há a circunstância de que se produzem entre pessoas que nunca ouviram falar disso e exatamente quando menos por semelhante coisa esperavam.
Tais fenômenos, a que se poderia dar o nome de Espiritismo prático natural, são muito importantes, por não permitirem a suspeita de conivência. Por isso mesmo, recomendamos, às pessoas que se ocupam com os fatos Espíritas, que registrem todos os desse gênero, que lhes cheguem ao conhecimento, mas, sobretudo, que lhes verifiquem cuidadosamente a realidade, mediante pormenorizado estudo das circunstâncias, a fim de adquirirem a certeza de que não são joguetes de uma ilusão, ou de uma mistificação.
"Em qualquer dificuldade, acalma-te, cultiva a paciência que trabalha sempre e espera sem aflição. Rebeldia é uma das piores formas de violência e violência não auxilia a ninguém."

( Emmanuel por Chico Xavier )

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A Vingança-Divaldo-Joana de Angelis

Considerações iniciais sobre a vingança
Em mais uma de suas esclarecedoras lições, trazidas ao nosso conhecimento a través da psicografia de Divaldo Pereira Franco, a benfeitora Joanna de Angelis nos instrui sobre a ação maléfica da vingança sobre nosso vaso físico, com repercussão no espírito imortal que somos.

Começa dizendo que quando algo perturbador acontece, gerando sofrimento ao indivíduo, a sua imaturidade psicológica se sente ameaçada, por algo muito forte, que mesmo raciocinando conscientemente, não consegue se desvincular das manifestações desconhecidas que traz, armazenadas em seu inconsciente, a lhe exigir reparação, desforra, e até mesmo a aniquilação do seu opositor.

Inicia-se então neste instante, uma acirrada disputa entre o seu lado racional, procurando resistir a esse tipo de atitude, por identificar essa falha do caráter, e o seu lado irracional, revestido de toda sua bagagem sombria de manifestações inesperadas, e inconseqüentes, desconhecida da personalidade do indivíduo que lhe aflora, armando verdadeiras ciladas, atirando o ser nos despenhadeiros da vingança de conseqüências funestas.

Esses impulsos doentios, emergem de áreas desconhecidas do ego, que não conseguem identificação com o Ser espiritual e induze-o, a um trabalho de desenvolvimento perseverante da odiosidade, instaurando-lhe no imo, a revolta e o desconforto ante o opositor que se lhe apresenta como um perigo constante para sua segurança, merecendo por isso ser destruído.

O fenômeno ocorre, tanto individualmente com as pessoas como com as Nações, dando nesse caso ensejo ao desencadeamento das guerras nefastas e hediondas, que prejudicam gerações deixando seqüelas lastimáveis em suas vítimas.

No indivíduo, esse comportamento provoca o perverso mecanismo conflitivo, que o leva ao desespero, e mesmo quando o outro já não mais lhe representa perigo algum, mesmo depois de se render ou ser aniquilado, os efeitos desastrosos da vingança não desaparecem frustrando a quem aparentemente estaria vitorioso.

Ação danosa da vingança
Invariavelmente neurótico, o enfermo indivíduo que assim age, vitimado quase sempre pela repressão sexual infantil ou, dominado pela sede do poder e da ambição, vive a competir com os demais, os quais passa a invejar por se encontrarem em melhores situações psicológicas que a dele, podendo em certos casos até aceitá-los enquanto os manipulam, tirando dessa forma proveito da situação, até que se ergam, quando então mostram suas garras nas lutas com os recursos da tirania e da insensatez. A vingança é transtorno neurótico soez, que liberta do inconsciente as forças desordenadas que jazem aí adormecidas, irrompendo com ferocidade e ligeireza sob o estímulo do aniquilamento do inimigo.

Curioso é notar, que o inimigo não é aquele que se torna combatido, mas o inconsciente transfere dos refolhos d’alma a inferioridade do seu Ser, que é inimigo do progresso, do bem, da ordem, para atirar noutrem, em fenômeno de projeção e que guarda internamente, detestando-o.

Ao armar-se de calúnia e de outros mecanismos de perseguição, contra aquele a quem odeia, está realizando uma luta inconsciente contra si mesmo, pois que está apenas projetando o lado escuro e sombrio da sua personalidade que se lhe mantém preso à ignorância.

Fixa-se no adversário com implacável disposição de conseguir a sua extinção, do que para ele dependerá sua liberdade a partir desse momento em diante. Assim transtornado aplica-se com empenho em emitir ondas deletérias contra o outro, estabelecendo uma comunicação psíquica, se encontra receptividade em quem lhe padece a perseguição, que termina por minar as forças daquele que considera seu opositor.

Além da inferioridade moral que tipifica o vingador, o seu primarismo emocional elabora razões ponderadas que são arquitetadas pala mente em desalinho, para justificar o prosseguimento da façanha, nascidas no inconsciente pessoal profundo, que remanescem de outras existências no Eu profundo do Ser, quando se desarmonizou com o opositor que ora enfrenta e desafia para o duelo covarde.

Em outras oportunidades, em que sua inferioridade se projeta, e não se sente devidamente capaz de competir contra valores significativos que não possui, cultiva internamente a antipatia que se avoluma a cada dia, transformando-se em fúria incontrolável que somente se aplaca quando está lutando contra aquele que o atormenta mesmo que este não saiba, que nada tenha contra ele, pois que até ignora a situação infeliz de seu oculto adversário.

Se por acaso, tiver a oportunidade de se harmonizar com o inimigo, não o perdoa interiormente, embora, seja na verdade, o maior merecedor de perdão ruminando o que considera sua derrota, até encontrar novos argumentos para dar prosseguimento à sanha doentia de vingança, impelido pela sua libido atormentada.

Aqueles que se apóiam em mecanismos vingativos sempre foram vitimas de repressão infantil e juvenil, sentiram-se desprezados pelo grupo social e transferem agora suas frustrações para quaisquer outros, desde que isto lhes transformem em pessoas portadoras de poder e ambiciosos dirigentes de qualquer coisa, em que a personalidade doentia passa a ser homenageada, fruindo de destaque, embora a conduta esquizóide, maneirosa, falsamente humilde, ou pretenciosamente dominadora.

Conseqüências prejudiciais da vingança
Os indivíduos que assim procedem, levados pelo sentimento desequilibrado e doentio da vingança, estarão sempre sujeitos a esgares ou convulsões epilépticas, ou mesmo a simples ausências, tornando-se personalidades psicopatas perigosos, traiçoeiras, que sabem simular muito bem os sentimentos íntimos e urdem planos macabros sob o açodar da psique ambivalente, doentia, e com predomínio da faceta mórbida.

Ação salutar de combate
Todo um trabalho psicoterapêutico, deve ser utilizado como proposta de recuperação para pacientes dessa natureza, remontando a uma psicanálise que lhe chegue à infância, de forma a erradicar pela catarse os traumas e conflitos arraigados, procurando assim alterar-lhe a conduta pessoal com base em novos valores que lhes serão apresentados de maneira afável e duradoura, não raro com a ajuda também de terapia psiquiátrica para a remoção de possíveis extratos epilépticos ou esquizofrênicos, que se fazem necessitados de fármacos e barbitúricos específicos.

Ação eficaz do Amor
O amor, que tudo fazem para não desenvolver, é-lhes de grande valia, embora reajam inicialmente com desconfiança, e ambivalência de conduta, gera no enfermo um clima de simpatia e amizade, normalmente difícil de ser estruturada, em razão dos muitos tormentos que o avassalam. Pois todos sabemos que só amor cobre a multidão de pecados.

No Capítulo XII do Evangelho Segundo o Espiritismo, Instruções dos Espíritos, item 9 A Vingança, o Espírito Júlio Olivier, nos esclarece: “Ah! o covarde que se vinga, é assim cem vezes mais culpado do que o que enfrenta seu inimigo o insulta em plena face”.

E continua; “Fora, pois com esses costumes selvagens! Fora com esses processos de outros tempos! Todo espírita que ainda hoje pretendesse ter o direito de vingar-se seria indigno de figurar por mais tempo na falange que tem como divisa: Sem caridade não há salvação! Mas, não, não posso deter-me a pensar que um membro da grande família espírita ouse jamais, de futuro, ceder ao impulso da vingança, senão para perdoar”.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O outro lado da vida

Um discípulo procurou seu mestre e perguntou:
- Mestre, como posso saber se existe mesmo vida após a morte?
O Mestre olhou para ele e respondeu:
- Encontre-me novamente após o sol se pôr.
O discípulo, meio contrariado, esperou algumas horas, ansioso pela resposta.
Logo que o sol se pôs, o discípulo voltou à presença do mestre. Assim que o discípulo apareceu, o mestre afirmou:
- Você percebeu o que houve? O sol morreu…
O discípulo ficou sem entender nada. Julgou que se tratava de uma brincadeira do mestre.
- Como assim mestre? Perguntou o discípulo. O sol não morreu, ele apenas se pôs no horizonte.
O mestre disse:
- Exatamente. O mesmo ocorre com todos nós após a morte. Se confiássemos apenas em nossa visão física, nos pareceria que o sol deixou de existir atrás da montanha. Mas no instante em que ele “morreu” no horizonte para nós, ele nasceu do outro lado do mundo, e se tornou visível para outras pessoas. O mesmo princípio rege a nossa alma. Após a morte do corpo, ela parece desaparecer aos nossos olhos, mas nasce no plano espiritual. A chama do espírito não se apaga, ela apenas passa a brilhar no outro lado da vida.
(Hugo Lapa)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

VIDEOAULA 13 - APRENDENDO ESPIRITISMO

Publicado em 31/01/2013
"Aprendendo Espiritismo" é uma série de videoaulas acerca dos conceitos básicos da Doutrina Espírita.
Neste décimo terceiro episódio, "O fenômeno da morte", acompanhamos uma síntese acerca da temática do desencarne, mortes precoces, acidentais e abreviadas por aborto, suicídio e eutanásia.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Espíritos errantes


223 A alma reencarna imediatamente após a separação do corpo?
– Algumas vezes pode reencarnar imediatamente, mas normalmente só após intervalos mais ou menos longos. Nos mundos superiores, a reencarnação é quase sempre imediata. Nesses mundos em que a matéria corporal é menos grosseira, o Espírito, quando encarnado, desfruta de quase todos os seus atributos de Espírito. Seu estado normal é semelhante ao dos vossos sonâmbulos lúcidos.
224 Em que se torna a alma no intervalo das encarnações?
– Espírito errante que aguarda nova oportunidade e a espera.
224 a Qual a duração desses intervalos?
– De algumas horas a alguns milhares de séculos. Não há, propriamente falando, limite extremo estabelecido para o estado de erraticidade, que pode se prolongar por muito tempo, mas que nunca é perpétuo. O Espírito sempre encontra, cedo ou tarde, a oportunidade de recomeçar uma existência que sirva de purificação às suas existências anteriores.
224 b Essa duração está subordinada à vontade do Espírito ou pode ser imposta como expiação?
– É uma conseqüência do livre-arbítrio. Os Espíritos têm perfeita consciência do que fazem, mas para alguns é também uma punição que a Providência lhes impõe1. Outros pedem para que se prolongue, a fim de progredirem nos estudos que só podem ser feitos com proveito na condição de Espírito.
225 A erraticidade é, por si mesma, um sinal de inferioridade dos Espíritos?
– Não, porque existem Espíritos errantes de todos os graus. A encarnação é para o Espírito um estado transitório. Como já dissemos, em seu estado normal, o Espírito está liberto da matéria.
226 Todos os Espíritos que não estão encarnados são errantes?
– Daqueles que devem reencarnar, sim. Mas os Espíritos puros que atingiram a perfeição não são errantes: seu estado é definitivo.
Os Espíritos, com relação às qualidades íntimas, são de diferentes ordens ou graus que vão avançando sucessivamente à medida que se depuram. Quanto ao estado em que se acham, podem ser: encarnados, ou seja, unidos a um corpo; errantes, quer dizer, despojados do corpo material à espera de uma nova encarnação para se aperfeiçoarem; Espíritos puros, perfeitos, que não têm mais necessidade de encarnação.
227 De que maneira os Espíritos errantes se instruem? É como nós?
– Eles estudam seu passado e procuram os meios de se elevar. Vêem, observam o que se passa nos lugares que percorrem; ouvem os ensinamentos dos homens esclarecidos e os conselhos dos Espíritos mais elevados que eles e isso lhes inspira idéias que não tinham antes.
228 Os Espíritos conservam algumas das paixões humanas?
– Os Espíritos elevados, ao se libertarem do corpo, deixam as más paixões e apenas guardam as do bem. Mas os Espíritos inferiores as conservam; de outra forma, seriam de primeira ordem.
229 Por que os Espíritos, ao deixar a Terra, não deixam também todas as más paixões, uma vez que vêem os seus inconvenientes?
– Tendes neste mundo pessoas que são excessivamente invejosas; acreditais que, quando o deixam, perdem esse defeito? Após a partida da Terra, principalmente para os que tiveram paixões muito intensas, uma espécie de atmosfera os acompanha, os envolve e todas essas coisas ruins se conservam, porque o Espírito ainda está impregnado das vibrações da matéria. Entrevê a verdade apenas por alguns momentos, como para ter noção do bom caminho.
230 O Espírito progride na erraticidade?
– Pode melhorar-se muito, sempre de acordo com sua vontade e seu desejo. Mas é na existência corporal que põe em prática as novas idéias que adquiriu.
231 Os Espíritos errantes são felizes ou infelizes?
– São felizes ou infelizes de acordo com seu mérito. São infelizes e sofrem por causa das paixões das quais ainda conservaram a essência ou são felizes segundo estejam mais ou menos desmaterializados. No estado de erraticidade, o Espírito entrevê o que lhe falta para ser mais feliz e procura os meios de alcançá-lo. Porém, nem sempre lhe é permitido reencarnar conforme sua vontade, o que para ele é uma punição.
232 No estado de erraticidade, os Espíritos podem ir a todos os mundos?
– Depende. Quando o Espírito deixa o corpo, não está, apesar disso, completamente desprendido da matéria e ainda pertence ao mundo onde viveu ou a um do mesmo grau, a menos que, durante sua vida, tenha se elevado; esse é, aliás, o objetivo a que deve pretender, sem o que nunca se aperfeiçoará. Ele pode, entretanto, ir a alguns mundos superiores, mas nesse caso é como um estranho. Consegue, na verdade, apenas os entrever e isso é o que lhe dá o desejo de se aperfeiçoar para ser digno da felicidade que lá se desfruta e poder habitá-los mais tarde.
233 Os Espíritos já purificados vão aos mundos inferiores?
– Vão muitas vezes a fim de ajudá-los a progredir. Senão esses mundos ficariam entregues a si mesmos, sem guias para dirigi-los.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A felicidade não é deste mundo

20. Não sou feliz! A felicidade não foi feita para mim! exclama geralmente o homem em todas as posições sociais. Isso, meus caros filhos, prova, melhor do que todos os raciocínios possíveis, a verdade desta máxima do Eclesiastes: "A felicidade não é deste mundo." Com efeito, nem a riqueza, nem o poder, nem mesmo a florida juventude são condições essenciais à felicidade. Digo mais: nem mesmo reunidas essas três condições tão desejadas, porquanto incessantemente se ouvem, no seio das classes mais privilegiadas, pessoas de todas as idades se queixarem amargamente da situação em que se encontram.
Diante de tal fato, é incontestável que as classes laboriosas e militantes invejem com tanta ânsia a posição das que parecem favorecidas da fortuna. Neste mundo, por mais que faça, cada um tem a sua parte de labor e de miséria, sua cota de sofrimentos e de decepções, donde facilmente se chega à conclusão de que a Terra é lugar de provas e de expiações.
Assim, pois, os que pregam que ela é a única morada do homem e que somente nela e numa só existência é que lhe cumpre alcançar o mais alto grau das felicidades que a sua natureza comporta, iludem-se e enganam os que os escutam, visto que demonstrado está, por experiência arqui-secular, que só excepcionalmente este globo apresenta as condições necessárias à completa felicidade do indivíduo.
Em tese geral pode afirmar-se que a felicidade é uma utopia a cuja conquista as gerações se lançam sucessivamente, sem jamais lograrem alcançá-la. Se o homem ajuizado é uma raridade neste mundo, o homem absolutamente feliz jamais foi encontrado.
O em que consiste a felicidade na Terra é coisa tão efêmera para aquele que não tem a guiá-lo a ponderação, que, por um ano, um mês, uma semana de satisfação completa, todo o resto da existência é uma série de amarguras e decepções. E notai, meus caros filhos, que falo dos venturosos da Terra, dos que são invejados pela multidão.
Conseguintemente, se à morada terrena são peculiares as provas e a expiação, forçoso é se admita que, algures, moradas há mais favorecidas, onde o Espírito, conquanto aprisionado ainda numa carne material, possui em toda a plenitude os gozos inerentes à vida humana. Tal a razão por que Deus semeou, no vosso turbilhão, esses belos planetas superiores para os quais os vossos esforços e as vossas tendências vos farão gravitar um dia, quando vos achardes suficientemente purificados e aperfeiçoados.
Todavia, não deduzais das minhas palavras que a Terra esteja destinada para sempre a ser uma penitenciária. Não, certamente! Dos progressos já realizados, podeis facilmente deduzir os progressos futuros e, dos melhoramentos sociais conseguidos, novos e mais fecundos melhoramentos. Essa a tarefa imensa cuja execução cabe à nova doutrina que os Espíritos vos revelaram.
Assim, pois, meus queridos filhos, que uma santa emulação vos anime e que cada um de vós se despoje do homem velho. Deveis todos consagrar-vos à propagação desse Espiritismo que já deu começo à vossa própria regeneração. Corre-vos o dever de fazer que os vossos irmãos participem dos raios da sagrada luz. Mãos, portanto, à obra, meus muito queridos filhos! Que nesta reunião solene todos os vossos corações aspirem a esse grandioso objetivo de preparar para as gerações porvindouras um mundo onde já não seja vã a palavra felicidade. - François-Nicolas-Madeleine, cardeal Morlot. (Paris, 1863.)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Prece - na hora de Dormir

Minha alma vai estar por alguns instantes com os outros Espíritos. Venham os bons ajudar-me com seus conselhos. Faze, meu anjo guardião, que, ao despertar, eu conserve durável e salutar impressão desse convívio.


Grandes Personagens do Espíritismo - Camille Flammarion

Nicolas Camille Flammarion, mais conhecido como Camille Flammarion (Montigny-le-Roi, 26 de fevereiro de 1842Juvisy-sur-Orge, 3 de junho de 1925), foi um astrônomo francês.
Seu irmão Ernest Flammarion foi o fundador das Edições Flammarion[1].

Biografia

Foi o mais velho de quatro filhos. Aos quatro anos de idade já sabia ler, aos quatro e meio sabia escrever e aos cinco já dominava rudimentos de gramática e aritmética.
Foi educado em Langres[carece de fontes] e começou a trabalhar com dezesseis anos de idade, no observatório de Paris, no departamento de cálculo de Leverrier[1].
Sua ruptura com os astrônomos deu-se em 1862, com a publicação do livro La pluralité des mondes habités[1].
A partir dessa época, Flammarion começou a escrever livros populares de astronomia que foram traduzidos para diversas línguas. Uma de sua obras mais conhecidas é Astronomia popular, de 1880. Editou uma série de revistas científicas e astronômicas.
No fim de sua vida escreveu sobre pesquisas de física. Em 1883, Flammarion fundou o observatório de Juvisy-sur-Orge, dirigindo-o pelo resto de sua vida, incentivando o trabalho de observadores amadores.
Fundou a Société astronomique de France[2] em 1887 [carece de fontes]. Seus trabalhos para a popularização da astronomia fizeram com que fosse agraciado, em 1912, com um prêmio da Legião de Honra[1].
Em 1874 desposou Sylvie Flammarion[1]. Em 1919, viúvo, ele se casou com Gabrielle Flammarion[1].

Camille Flammarion com sua primeira esposa, Sylvie Petiaux

Adepto do Espiritismo

Flammarion foi amigo de Allan Kardec, o codificador do Espiritismo. Ao pé do túmulo deste fez um discurso em sua homenagem afirmando que o mesmo era "o bom senso encarnado". A íntegra desse discurso consta do início de Obras Póstumas, em edição da Federação Espírita Brasileira.
Tornando-se espírita convicto, seu amigo Allan Kardec[3],tendo sido escolhido para proferir o discurso à beira do seu túmulo. Posteriormente à sua morte, o iniciante nos estudos Allan Kardec, começou a se dedicar no aprofundamento teológico do espiritismo.
As obras de Flammarion, a partir de então, revelam a sua visão espírita sobre questões fundamentais para a humanidade, como se poderá constatar pelo títulos de algumas obras que constam listadas na bibliografia. Em algumas delas, como "Narrações do Infinito", poderá ser verificada, ainda, a atuação de Camille Flammarion como médium.
O Capítulo VI de A Gênese, uma das obras básicas do Espiritismo, intitulado "Uranografia Geral", é a transcrição de uma série de comunicações à Sociedade Espírita de Paris, em 1862 e 1863, sob o título "Estudos Uranográficos", que trazem a assinatura Galileu e tiveram como médium Camille Flammarion[4].

Obras


Universum: representação do Universo em xilogravura, usada pelo astrónomo na obra "L'atmosphère: météorologie populaire", (Paris 1888) - (Coloração de Heikenwaelder Hugo, Viena 1998).
  • La pluralité des mondes habités (A Pluralidade dos Mundos Habitados [5]), 1862.
  • Les Mondes imaginaires et les mondes réels (Os Mundos Imaginários e os Mundos Reais), 1864.
  • Les mondes célestes (Os Mundos Celestes), 1865.
  • Études et lectures sur l'astronomie (Estudos e Palestras sobre a Astronomia), em 9 volumes, 1866-1880.
  • Dieu dans la nature (Deus na Natureza [6]), 1866.
  • Contemplations scientifiques (Contemplações Cientíicas), 1870-1887, 2 séries.
  • Voyages aériens (Viagens Aéreas), 1870.
  • L'Atmosphère (A Atmosfera), 1871.
  • Récits de l'infini (Narrações do Infinito [6]), 1872.
  • Histoire du ciel (História do Céu), 1872.
  • Récits de l'infini, Lumen, histoire d'une comète (Narrações do Infinito, Lúmen, História de um Cometa), 1872.
  • Dans l'infini (No Infinito), 1872.
  • Vie de Copernic (Vida de Copérnico), 1873.
  • Les Terres du ciel (As Terras do Céu), 1877.
  • Atlas céleste (Atlas Celeste), 1877.
  • Cartes de la Lune et de la planète Mars (Mapas da Lua e do Planeta Marte), 1878.
  • Catalogue des étoiles doubles en mouvement (Catálogo das Estrelas Duplas em Movimento), 1878.
  • Astronomie sidérale (Astronomia Sideral), 1879.
  • Astronomie populaire (Astronomia Popular), 1880. Recebeu por esta obra o prêmio Montyon, da Academia Francesa.
  • Les étoiles et les curiosités du ciel (As Estrelas e as Curiosidades do Céu), 1881.
  • Le Monde avant la création de l'homme. (O Mundo Antes da Criação do Homem), 1886.
  • Dans le ciel et sur la Terre (No Céu e Sobre a Terra), 1886.
  • Les Comètes, les étoiles et les planètes (Os Cometas, as Estrelas e os Planetas), 1886.
  • Uranie (Urânia [6]), 1889.
  • Centralisation et discussion de toutes les observations faites sur Mars (Centralização e Discussão de Todas as Observações Feitas sobre Marte), em 2 volumes, 1892-1902.
  • La fin du monde (O Fim do Mundo [6]), 1894.
  • Les Imperfections du calendrier (As Imperfeições do Calendário), 1901.
  • Les Phénomènes de la foudre (Os Fenômenos do Raio), 1905.
  • L'Atmosphère et les grands phénomènes de la nature (A Atmosfera e os Grandes Fenômenos da Natureza), 1905.
  • FLAMMARION, Camille. Les forces naturelles inconnues. Paris: Flammarion, 1907.
  • L'Inconnu et les problèmes psychiques (O Desconhecido e os Fenômenos Psíquicos [6]), 1917.
  • La Mort et son mystère (A Morte e o Seu Mistério [6]), 1917.
  • Les Maisons Hantées (As Casas Mal Assombradas [6]), 1923.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Grandes Personagens do Espíritismo - Batuíra

António Gonçalves da Silva

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António Gonçalves da Silva, conhecido como Batuíra, (Águas Santas, 19 de março de 1839São Paulo 22 de janeiro de 1909), foi uma importante personalidade do espiritismo brasileiro.
Nascido em Portugal, numa aldeia próxima à cidade do Porto, emigrou com onze anos de idade para o Brasil, tendo vivido até aos quatorze no Rio de Janeiro, então capital do Império. Posteriormente, mudou-se para Campinas, no interior da então Província de São Paulo, onde trabalhou por alguns anos na agricultura.
O escritor Afonso Schmidt relata:
"Em 1873, por ocasião da terrível epidemia de varíola que assolou a capital da província, ele serviu de médico, de enfermeiro, de pai para flagelados, deu-lhes não apenas o remédio e os desvelos, mas também o pão, o teto e o agasalho. Daí a popularidade de sua figura. Era baixo, entroncado e usava longas barbas que lhe cobriam o peito amplo. Com o tempo, essa barba se fez branca e os amigos diziam que ele era tão bom, que se parecia com o imperador."
Sabe-se que trabalhou, em 1875, na cidade de São Paulo, como entregador de jornais para o A Província de S. Paulo (cujo exemplar custava 40 réis à época). Nessa época, recebeu dos seus fregueses e amigos a sua alcunha, que nele identificavam uma pessoa ativa e extrovertida, comportamento semelhante ao da narceja, ave pernalta, de vôo rápido, que em tupi recebe o nome de batuíra.
Convivendo com os acadêmicos de Direito da Faculdade do Largo de São Francisco, passou a se dedicar ao palco, tendo montado um modesto teatro à rua Cruz Preta (posteriormente rua Senador Quintino Bocaiúva). Quando entrava em cena, sempre muito aplaudido, os estudantes lhe dedicavam versos como estes:
"Salve, grande Batuíra
Com teus dentes de traíra
Com teus olhos de safira
Com tua arte que me inspira
Nas cordas da minha lira
Estes versos de mentira."
Também nessa altura, iniciou-se no comércio de fumo, fabricando artesanalmente charutos que vendia, o que lhe trouze relativa prosperidade. Com os recursos assim amealhados, adquiriu diversos lotes de terreno no Lavapés, onde ergueu a sua residência e, ao lado, uma rua particular com casas, que alugava aos mais humildes, e que atualmente se denomina rua Espírita.
Partidário da causa abolicionista, nela militou ativamente ao lado de personalidades como Luís Gama e Antônio Bento, protegendo inúmeros escravos que se evadiam rumo à liberdade. Muitos encontravam abrigo em sua própria residência, de lá só saindo de posse da respectiva Carta de Alforria.
Ao abraçar a Doutrina Espírita, dedicou-se de corpo e alma ao socorro aos aflitos e necessitados. Aos doentes, atendia com recursos de homeopatia, oferecidos muitas vezes em sua própria residência, um misto de albergue, asilo, hospital, farmácia e de escola, onde difundia os princípios espíritas. Acerca desse comportamento, afirmava-se à época que "um bando de aleijados vivia com ele". Quem chegasse à casa, fosse quem fosse, tinha cama, mesa e medicação.
Em 25 de maio de 1890 fundou o jornal Verdade e Luz, que ele próprio compunha a imprimia, destinado à divulgação doutrinária, e que alcançava, à época, a notável tiragem média de cinco mil exemplares. Além disso, proferia conferências espíritas em diversas cidades, criando grupos espíritas em São Paulo, Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Fundou a Livraria e Editora Espírita, onde era impressor e tipógrafo.
Casou-se em primeiras núpcias com Brandina Maria de Jesus, com quem teve um filho, Joaquim Gonçalves Batuíra. Em segundas núpcias, teve outro filho, que faleceu com apenas doze anos de idade.
Abriu mão de seus bens em favor dos necessitados, com destaque para a doação de sua casa, no Lavapés, para servir como sede da instituição beneficente "Verdade e Luz".

Bibliografia

  • BUENO, Ernani Silva. História e Tradições de São Paulo.
  • GODOY, Paulo Alves; LUCENA, Antônio. Personagens do Espiritismo (2ª ed.). São Paulo: Edições FEESP, 1990.
  • NOGUEIRA, Almeida. A Academia de São Paulo: tradições e reminiscências - estudantes, estudantões e estudantadas.
  • PINTO, Alfredo Moreira. A cidade de São Paulo em 1900.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Pão Nosso Cap. 3 - O Arado

“E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás
é apto para o reino de Deus.” — (LUCAS, CAPÍTULO 9, VERSÍCULO 62.)
Aqui, vemos Jesus utilizar na edificação do Reino Divino um dos mais
belos símbolos.
Efetivamente, se desejasse, o Mestre criaria outras imagens. Poderia
reportar-se às leis do mundo, aos deveres sociais, aos textos da profecia, mas
prefere fixar o ensinamento em bases mais simples.
O arado é aparelho de todos os tempos. É pesado, demanda esforço de
colaboração entre o homem e a máquina, provoca suor e cuidado e, sobretudo,
fere a terra para que produza. Constrói o berço das sementeiras e, à sua
passagem, o terreno cede para que a chuva, o sol e os adubos sejam
convenientemente aproveitados.
É necessário, pois, que o discípulo sincero tome lições com o Divino
Cultivador, abraçando-se ao arado da responsabilidade, na luta edificante, sem
dele retirar as mãos, de modo a evitar prejuízos graves à “terra de si mesmo”.
Meditemos nas oportunidades perdidas, nas chuvas de misericórdia que
caíram sobre nós e que se foram sem qualquer aproveitamento para nosso espírito,
no sol de amor que nos vem vivifícando há muitos milênios, nos adubos
preciosos que temos recusado, por preferirmos a ociosidade e a indiferença.
Examinemos tudo isto e reflitamos no símbolo de Jesus.
Um arado promete serviço, disciplina, aflição e cansaço; no entanto, não se
deve esquecer que, depois dele, chegam semeaduras e colheitas, pães no
prato e celeiros guarnecidos.

Aumento e diminuição de peso dos corpos

79. Quando se produz o vácuo na campânula da máquina pneumática, essa campânula adere com força tal ao seu suporte, que impossível se toma suspendê-la, devido ao peso da coluna de ar que sobre ela faz pressão. Deixe-se entrar o ar e a campânula pode ser levantada com a maior facilidade, porque o ar que lhe fica por baixo contrabalança o ar que, pela parte exterior, a comprime. Contudo, se ninguém lhe tocar, ela permanecerá assente no suporte, por efeito da lei de gravidade. Agora, comprima-se-lhe o ar no interior, dê-se-lhe densidade maior que a do que está por fora, e a campânula se erguerá, apesar da gravidade. Se a corrente de ar for violenta e rápida, a mesma campânula se manterá suspensa no espaço, sem nenhum ponto visível de apoio, à guisa desses bonecos que se fazem rodopiar em cima de um repuxo dágua. Por que então o fluido universal, que é o elemento de toda a Natureza, acumulado em torno da mesa, não poderia ter a propriedade de lhe diminuir ou aumentar o peso específico relativo, como faz o ar com a campânula da máquina pneumática, como faz o gás hidrogênio com os balões, sem que para isso seja necessária a derrogação da lei de gravidade? Conheceis, porventura, todas as propriedades e todo o poder desse fluido? Não. Pois, então, não negueis a realidade de um fato, apenas por não o poderdes explicar.
80. Voltemos à teoria do movimento da mesa. Se, pelo meio indicado, o Espírito pode suspender uma mesa, também pode suspender qualquer outra coisa: uma poltrona, por exemplo. Se pode levantar uma poltrona, também pode, tendo força suficiente, levantá-la com uma pessoa assentada nela. Aí está a explicação do fenômeno que o Sr. Home produziu inúmeras vezes consigo mesmo e com outras pessoas. Repetiu-o durante uma viagem a Londres e, para provar que os espectadores não eram joguetes de uma ilusão de ótica, fez no forro, enquanto suspenso, uma marca a lápis e que muitas pessoas lhe passassem por baixo. Sabe-se que o Sr. Home é um poderoso médium de efeitos físicos. Naquele caso, era ao mesmo tempo a causa eficiente e o objeto.
81. Falamos, há pouco, do possível aumento de peso. Efetivamente, esse é um fenômeno que às vezes se produz e que nada apresenta de mais anormal do que a prodigiosa resistência da campânula, sob a pressão da coluna atmosférica. Têm-se visto, sob a influência de certos médiuns, objetos muito leves oferecerem idêntica resistência e, em seguida, cederem de repente ao menor esforço. Na experiência de que acima tratamos, a campânula não se torna realmente mais nem menos pesada em si mesma; mas, parece ter maior peso, por efeito da causa exterior que sobre ela atua. O mesmo provavelmente se dá aqui. A mesa tem sempre o mesmo peso intrínseco, porquanto sua massa não aumentou; porém, uma força estranha se lhe opõe ao movimento e essa causa pode residir nos fluidos ambientes que a penetram, como reside no ar a que aumenta ou diminui o peso aparente da campânula. Fazei a experiência da campânula pneumática diante de um campônio ignorante, incapaz de compreender que o que atua é o ar, que ele não vê, e não vos será difícil persuadi-lo de que aquilo é obra do diabo.
Dirão talvez que, sendo imponderável esse fluido, um acúmulo dele não pode aumentar o peso de qualquer objeto. De acordo; mas notai que, se nos servimos do termo acúmulo, foi por comparação, não por que assimilemos em absoluto aquele fluido ao ar. Ele é imponderável: seja. Entretanto, nada prova que o é. Desconhecemos a sua natureza íntima e estamos longe de lhe conhecer todas as propriedades. Antes que se houvesse experimentado a gravidade do ar, ninguém suspeitava dos efeitos dessa mesma gravidade. Também a eletricidade se classifica entre os fluidos imponderáveis; no entanto, um corpo pode ser fixado por uma corrente elétrica e oferecer grande resistência a quem queira suspendê-lo. Tornou-se, assim, aparentemente mais pesado. Fora ilógico afirmar-se que o suporte não existe, simplesmente por não ser visível. O Espírito pode ter alavancas que nos sejam desconhecidas: a Natureza nos prova todos os dias que o seu poder ultrapassa os limites do testemunho dos sentidos.
Só por uma causa semelhante se pode explicar o singular fenômeno, tantas vezes observado, de uma pessoa fraca e delicada levantar com dois dedos, sem esforço e como se se tratasse de uma pena, um homem forte e robusto, juntamente com a cadeira em que está assentado. As intermitências da faculdade provam que a causa é estranha a pessoa que produz o fenômeno.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

.Divaldo Pereira no programa JA .

Entrevista ao Jornal do Amor, em Porto Alegre, com o médium Divaldo Franco, onde ele fornece explicações para as diversas catástrofes (inclusive a do vôo da TAM) à luz da Doutrina Espírita.

Nesta entrevista ele usa a questão 742 do Livro dos Espíritos para situar estes eventos nas mesmas condições das que provocam as guerras.

E finaliza com Palavras de consolo àqueles que perderam entes queridos.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Grandes Personagens do Epiritismo - Joanna de Angêlis


JOANNA DE ÂNGELIS





O Espírito Joanna de Ângelis, através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco, tem escrito livros ricos de ensinamentos, verdadeiros tratados de saúde mental, com uma terapia baseada no Evangelho de Jesus e na Codificação Kardequiana. Vale a pena lembrar que são de sua autoria as mensagens contidas em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Capítulo IX, item 7: "A Paciência.", Havre-1862; e Capítulo XVIII, itens 13 a 15: "Dar-se-á àquele que tem.", Bordeaux-1862, ambas recebidas de "Um Espírito Amigo".
Joanna de Ângelis, em uma de suas encarnações, foi Joana de Cuza, uma das piedosas mulheres do Evangelho. Era esposa de Cuza, procurador de Herodes, o Tetrarca - governador de uma tetrarquia, ou seja, uma das partes de um estado ou província dividida em quatro governos. Joana foi curada por Jesus (Lucas VIII, 2 e 3), com Maria Madalena, Suzana e muitas outras mulheres, às quais lhes prestava assistência com os seus bens. Em Lucas 24:10, é mencionada entre as mulheres que, na manhã de Páscoa, tendo ido ao sepulcro de Jesus, o encontraram vazio.
Em Roma, no dia de 27 de agosto do ano 68, foi sacrificada numa fogueira no Coliseu, por não renunciar à fé em Jesus. Desencarnou perdoando seus carrascos.
Em outra de suas encarnações, dessa vez bem menos distante de nossos dias, nasceu no México, em San Miguel Neplanta, no ano de 1651. Foi Juana de Asbajey Ramirez de Santillana, filha de D. Manuel Asbaje, espanhol, e de Isabel Ramirez de Santillana, indígena.
Foi uma criança precoce. Começou a fazer versos aos cinco anos. Aos doze, aprendeu latim em vinte aulas; e português, aprendeu sozinha. Falava a língua indígena "nauatle", dos "nauas", geralmente chamados de astecas. Na Corte, o vice-rei de Espanha, o Marquês de Mancera, querendo fazer brilhar ainda mais sua Corte, tal como na tradição européia, convidou a menina - prodígio de treze anos - para dama de companhia de sua mulher.
Encantou a todos com sua beleza, inteligência e graciosidades. Seus poemas de amor são até hoje citados, e suas peças, representadas em programas de rádio e televisão.
Mas sua sede de saber era maior que a ilusão de prosseguir brilhando na Corte. Aos dezesseis anos, ingressou para o Convento das Carmelitas Descalças e depois foi para a Ordem de São Gerônimo da Conceição, tomando o nome de Soror Juana Inês de la Cruz, ficando conhecida, pelos seus hábitos de estudo, como "Monja da Biblioteca".
Em 1690, dizia da necessidade do conhecimento geral para melhor entendimento e serviço a Deus, defendendo o direito da mulher de se dedicar às atividades intelectuais. Esse ponto de vista, consubstanciado em um documento, é considerado a "carta magna" da liberdade intelectual da mulher americana.
Mulher de letras e ciências, foi a porta-voz das escravizadas do seu tempo. É citada num artigo da revista "Seleções do Reader's Digest", edição de julho de 1972: "Soror Juana Inês de la Cruz: A Primeira Feminista do Novo Mundo."
Dizia que é pela compreensão que o homem é superior aos animais.
Trabalhando na cozinha do Convento, descobre muitos segredos naturais e, curiosamente, conclui que, se Aristóteles tivesse cozinhado, muito mais teria escrito.
Como se vê, trata-se de um vulto muito importante para o México e para a Humanidade. Tanto assim, que a cédula de mil pesos tem a sua efígie.
Em 1695, houve uma epidemia de peste na região. Juana, socorrendo os doentes, desencarna em decorrência da mesma peste aos 44 anos.
Na Bahia, foi Soror Joana Angélica, religiosa da Ordem das Reformadas de Nossa Senhora da Conceição e Heroína da Independência do Brasil. Joana Angélica nasceu em Salvador-BA, em 11 de dezembro de 1761.
Entrou para o noviciado no Convento de Nossa Senhora da Lapa em 1782, pronunciando os votos um ano depois.
Entre 1798 e 1801, exerceu diversos cargos burocráticos na comunidade, assumindo as funções de vigária. Conduzida ao posto de conselheira em 1809, retornou ao vicariato em 1811. Eleita abadessa em 1814, esteve à frente do Convento até 1817, sendo reeleita três anos depois.
Como registro histórico de conhecimento geral, sabe-se que, em 07 de setembro de 1822, no Ipiranga-SP, D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil, separando-o de Portugal. Porém, na Bahia, as tropas portuguesas comandadas pelo Brigadeiro Inácio Luis Madeira de Malo (1775-1833), resistiram tenazmente às forças aliadas a D. Pedro I. Somente em 02 de julho de 1823 Madeira de Malo abandonou a Bahia, embarcando para Portugal com suas tropa.
As tropas brasileiras eram comandadas pelo militar francês Pierre Labatut (1768-1849) e pelo tenente Luís Alves de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias. Vale lembrar que Maria Quitéria de Jesus Medeiros, a primeira mulher-soldado, sagra-se heroína, sendo condecorada por D. Pedro I.
Durante as lutas pela Independência, os soldados portugueses invadiram o Convento de Nossa Senhora da Lapa em 19 de fevereiro de 1823. Soror Joana Angélica sai à porta do Convento, intimando-os, com a cruz alçada, a não profanarem o abrigo de suas protegidas. Resistiu valentemente, sendo atacada a golpes de baioneta.
Com o seu martírio, deu tempo às internas de escaparem, refugiando-se no Convento da Soledade. Soror Joana Angélica recebeu socorros, porém vivendo por poucas horas e desencarnando no dia seguinte.
Tombando numa luta pelos ideais de liberdade, Soror Joana Angélica tornou-se Mártir da Independência do Brasil.
Como Joanna de Ângelis, prossegue no mundo espiritual como verdadeira Amiga e Benfeitora - como um Espírito Amigo -, salientando sempre as mensagens do Evangelho Segundo o Espiritismo e orientando as criaturas através dos séculos, em diversas existências, para Jesus e para o Bem.