sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Cura pela magnetização espiritual

Revista Espírita, setembro de 1865

Sem dúvida os leitores se lembram do caso de uma cura quase instantânea de um entorse, operada pelo Espírito do Dr. Demeure, poucos dias após a sua morte e que relatamos na Revista de março último, como a descrição da cena tocante ocorrida na ocasião. Esse excelente Espírito vem ainda assinalar a sua boa vontade, por uma cura ainda mais maravilhosa, na mesma pessoa.
Eis o que nos escrevem de Montauban, a 14 de julho último:
"O Espírito do Dr. Demeure acaba de dar-nos uma prova de suta solicitude e de seu profundo saber. Eis em que ocasião. Na manhã de 26 de maio último, a Sra. Maurel, nosso médium vidente e escrevente mecânico, deu uma queda desastrosa e quebrou o ante-braço, um pouco abaixo do cotovelo. A fratura complicada por distensões no punho e no cotovelo, estava bem caracterizada pela crepitação dos ossos e inchação, que são os sinais mais certos.
Sob a impressão da primeira emoção produzida pelo acontecimento, os pais da Sra. Maurel iam procurar o primeiro médico que aparecesse quando esta, retendo-os, tomou de um lápis e escreveu mediunicamente, com a mão esquerda: "Não procureis um médico; eu me encarrego disto. Demeure". Então esperaram com confiança.
Conforme as indicações do Espírito, faixas e um aparelho foram imediatamente confeccionados e colocados. Em seguida foi feita uma magnetização espiritual praticada pelos bons Espíritos que, provisoriamente, ordenaram repouso.
Na noite do mesmo dia, alguns adeptos, convocados pelos Espíritos, reuniram-se em casa da Sra. Maurel que, adormecida por um médium magnetizador, não demorou a entrar em sonambulismo. Então o Dr. Demeure continuou o tratamento que havia iniciado pela manhã, agindo mecanicamente sobre o braço fraturado, já sem outro recurso aparente além de sua mão esquerda, nossa doente tinha tirado rápido o primeiro aparelho, deixando apenas as faixas, quando se viu insensivelmente e sob a influência da atração magnética, o membro tomar diversas posições, próprias para facilitar a redução da fratura. Parecia, então ser objeta de toques inteligentes, sobretudo no ponto onde devia operar-se a soldadura dos ossos; depois se alongava, sob a ação de trações longitudinais.
Após alguns instantes dessa magnetização espiritual, a Sra. Maurel procedeu sozinha, à consolidação das faixas e a uma nova aplicação do aparelho, consistente de duas tabuinhas ligadas entre si e ao braço por meio de uma correia. Tudo, pois, se havia passado como se um hábil cirurgião tivesse, ele próprio, operado visivelmente. E, coisa curiosa, ouvia-se durante o trabalho as palavras que, em suador, se escapavam da boca da paciente: "Não aperte tanto!... Vós me maltratais!... ". Ela via o Espírito do doutor é era a ele que se dirigia, suplicando poupar sua sensibilidade. Era, pois, um ser invisível para todos, exceto para ela, que lhe fazia apertar o braço, servindo-se inconscientemente de sua própria mão esquerda.
Qual o papel do médium magnetizador durante esse trabalho? Aos nossos olhos parecia inativo; com a mão direita apoiada na espádua da sonâmbula, contribuía com sua parte para o fenômeno, pela emissão de fluidos necessários à sua realização.
Na noite de 27 para 28, tendo a Sra. Maurel desarranjado o braço, em conseqüência de uma posição falsa, tomada durante o sono, declarou-se uma febre alta, pela primeira vez. Era urgente remediar esse estado de coisas. Assim reuniram-se novamente no dia 28 e, uma vez declarado o sonambulismo foi formada a cadeia magnética, a pedido dos bons Espíritos. Após diversos passes e manipulações, em tudo como as acima descritas, o braço foi recolocado em bom estado, não sem ter a pobre senhora experimentado dores muito cruéis. Apesar do novo incidente, o membro já se ressentia do efeito salutar produzido pelas magnetizações anteriores.
O que se segue alias o prova. Momentaneamente desembaraçado das tabuinhas, repousava sobre almofadas, quando de repente se levantou alguns centímetros em posição horizontal e dirigido suavemente para a esquerda e para a direita; depois baixou obliquamente e foi submetido a uma nova tração. A seguir os Espíritos se puseram a girá-lo e tornar a girá-lo em todos os sentidos e de vez em quando, fazendo trabalhar direito as articulações do cotovelo e do punho. Tais movimentos automáticos imprimidos a um braço fraturado inerte, contrários a todas as leis conhecidas da gravidade e da mecânica, só podiam ser atribuídos à ação fluídica. Se não tivesse havido a certeza da existência dessa fratura, bem como os gritos dilacerantes dessa pobre senhora, confesso que teria tido muita dificuldade em admitir o fato, um dos mais curiosos que a ciência possa registrar. Assim, posso dizer, com toda a sinceridade, que me sinto feliz por ter testemunhado semelhante fenômeno.
Nos dias 29, 30, 31 e seguintes as magnetizações espirituais sucessivas, acompanhadas de manipulações variadas de mil maneiras trouxeram sua sensível melhora no estado geral de nossa doente. Diariamente o braço adquiria novas forças. Sobretudo o dia 31 deve ser assinalado, como marcando o primeiro passo para a convalescença. Naquela noite dois Espíritos, que se faziam notar pelo brilho de sua radiação, assistiam ao nosso amigo Demeure. Pareciam dar-lhe conselhos, que este se apressava em por em prática. Um deles, até, de vez em quando se punha à obra e, por sua suave influência; produzia sempre um alívio instantâneo. Pelo fim da noite as tabuinhas foram definitivamente abandonadas e ficaram só as faixas, para sustentar o braço e mantê-lo em determinada posições.
Devo acrescentar que, além disso, um aparelho de suspensão vinha aumentar a solidez do enfaixamento. Assim, no sexto dia após o acidente e, mau grado a recaída sobrevinda a 27, a fratura estava em tal via de cura, que o emprego dos meios usados pelos médicos durante trinta ou quarenta dias, tinha se tornado inútil. A 4 de junho, dia fixado pelos bons Espíritos para a redução da fratura complicada de distensões, reunimo-nos à noite. A Sra. Maurel, apenas em sonambulismo, pôs-se a desenrolar as faixas, ainda enroladas no braço, imprimindo-lhe um movimento de rotação tão rápido que dificilmente o olho seguia os contornos da curva descrita. A partir desse momento, servira-se do braço como habitualmente. Estava curada.
No fim da sessão houve uma cena tocante, que merece ser relatada. Os bons Espíritos, em número de trinta, no começo formavam urna cadeia magnética, paralela à que nós próprios formávamos. Tendo-se levantado, a Sra. Maurel, pela mão direita, punha-se em comunicação direta, sucessivamente, com cada dois Espíritos, colocada no interior das duas cadeias, recebia a ação benéfica da dupla corrente fluídica enérgica. Radiosa de satisfação, aproveitava a ocasião para agradecer com efusão o poderoso concurso que tinham prestado 1a sua cura. Por sua vez, recebia encorajamento a perseverar no bem. Terminado isto, ela experimentou suas forças de mil modos; apresentando o braço aos assistentes, fazia-os tocar nas cicatrizes da soldadura dos ossos; apertava-lhes a mão com força, indicando com alegria a cura operada pelos bons Espíritos. Ao despertar, vendo-se livre em todos os movimentos, desfaleceu, dominada por profunda emoção!..."
Quando se foi testemunha de tais fatos não se pode deixar de os proclamar alto e bom som, pois merecem atrair a atenção da gente séria.
Porque, então no mundo inteligente se encontra tanta resistência em admitir a influência do Espírito sobre a matéria? Porque se encontram pessoas que crêem na existência e na individualidade do Espírito, mas lhes recusam a possibilidade de se manifestar? É porque não se dão conta das faculdades físicas do Espírito, que se lhes afigura imaterial de maneira absoluta.
Ao contrário, a experiência demonstra que, por sua própria natureza, ele age diretamente sobre os fluidos imponderáveis e, por consequinte, sobre os fluidos ponderáveis, e mesmo sobre os corpos tangíveis.
Como procede um magnetizador ordinário? Suponhamos que queira agir, por exemplo, sobre um braço. Concentra sua atenção sobre esse membro e, por um simples movimento dos dedos, executado à distância e em todos os sentidos, agindo absolutamente como se o contato da mão fosse real, dirige uma corrente fluídica sobre o ponto desejado. O Espírito não age diversamente. Sua ação fluídica se transmite de perispírito a perispírito, e deste ao corpo material. O estado de sonambulismo facilita consideravelmente essa ação graças ao desprendimento do perispírito, que melhor se identifica com a natureza fluídica do Espírito, e sofre, então, a influência magnética espiritual, elevada ao seu maior poder.
Toda a cidade ocupou-se desta cura, obtida sem auxílio da ciência oficial, e cada um dá o seu palpite. Uns pretenderam que o braço não se tinha quebrado; mas a fratura tinha sido bem e devidamente constatada por numerosas testemunhas oculares, entre outras o Dr. D., visitou a doente durante o tratamento. Outros disseram: "E muito surpreendente!" e pararam nisto.
Inútil acrescentar que alguns afirmavam que a Sra. Maurel tinha sido curada pelo diabo. Se ela não estiverem entre mãos profanas, nisso teriam visto um milagre. Para os espíritas, que se dão conta do fenômeno, aí vêem muito simplesmente a ação de uma força natural, até agora desconhecida, e que o Espiritismo veio revelar aos homens.
Observações: Se há fatos espíritas que, até certo ponto, poderiam ser atribuídos à imaginação, como, por exemplo, os das visões, neste já não seria o mesmo. A Sra. Maurel não sonhou que tivesse quebrado o braço, como não sonharam diversas pessoas que acompanharam o tratamento; as dores que sentia não eram alucinação; sua cura em oito dias não é uma ilusão, pois se serve de seu braço, o fato que no estado atual dos conhecimentos, parece impossível. Mas não foi assim sempre que se revelaram novas leis? É a rapidez da cura que vos espanta? Mas não terá a medicina descoberto inúmeros agentes mais ativos do que os que conhecia para apressar certas curas? Nos últimos tempos não foram achados meios de cicatrizar certas feridas quase que instantaneamente? Não se encontrou o de ativar a vegetação e a frutificação? Porque não se poderia ter um para ativar a soldagem dos ossos? Então conheceis todos os agentes da natureza? Deus não tem mais segredos para vós? Não há mais lógica em negar hoje a possibilidade de uma cura rápida do que havia, no século passado, de negar a possibilidade de fazer nalgumas horas o caminho que se levaram dez dias para percorrer. Direis que este meio não está no codex; é verdade; mas antes que a vacina nele fosse inscrita, seu inventor não foi tratado como louco? Os remédios homeopáticos também lá não se acham, o que não impede que os médicos homeopatas se encontrem em toda a parte e curem. Aliás, como aqui não se trata de uma preparação farmacêutica, é mais provável que esse meio de cura não figure por muito tempo na ciência oficial.
Dirão, porém, se os médicos vem exercer sua arte depois de mortos, querem fazer concorrência aos médicos vivos; é bem possível; entretanto, que estes últimos se garantam; s eles lhes arrancam algumas praticas, não é para os suplantar, mas para lhes provar que não estão absolutamente mortos, e lhes oferecer o concurso desinteressado aos que quiserem aceitá-lo. Para melhor faze-los compreender, mostram-lhes que, em certas circunstâncias, pode-se passar sem eles. Sempre houve médicos e os haverá sempre; apenas os que aproveitarem as novidades que lhes trouxerem os desencarnados terão uma grande vantagem sobre os que ficarem para trás. Os Espíritos vem ajudar o desenvolvimento da ciência humana, e não suprimi-la.
Na cura da Sra. Maurel, um fato que surpreenderá, talvez, ainda mais que a rápida soldura dos ossos, é o movimento do braço fraturado, que parece contrário a todas as leis conhecidas da dinâmica e da gravidade. Contrário ou não, o fato aí está; desde que existe, tem uma causa; desde que se renova, está submetido a uma lei. Ora, essa lei que o Espiritismo nos vem dar a conhecer pelas propriedades dos fluidos perispiritais. Aquele braço que, submetido só às leis da gravidade, não podia erguer-se, suponde-o mergulhado num líquido de uma densidade muito maior que a do ar, fraturado como está, uma vez sustido por esse liquido que lhe diminui o peso, poderá aí mover-se sem esforço, e até erguido som o menos esforço. É assim que num banho, o braço que parece muito pesado fora da água, parece muito leve dentro da água. Substitui o liquido por um fluido que goze das mesmas propriedades e tereis o que se passa no caso presente, fenômeno que repousa no mesmo princípio que o das mesas e das pessoas que se mantém no espaço sem ponto de apoio. Esse fluido é o fluido perispirital, que o Espírito dirige à vontade, e cujas propriedades modifica pela simples ação da vontade. Na circunst6ancia presente, deve-se, pois, imaginar o braço da Sra. Maurel mergulhado num meio fluido que produz o efeito do ar sobre os balões.
Alguém perguntava, a respeito, se na cura dessa fratura, o Espírito do Dr. Demeure teria agido com ou sem concurso da eletricidade e do calor. A isto respondemos que a cura foi produzida, no caso, como em todos os casos de cura pela magnetização espiritual, pela ação do fluido emanado do Espírito; que esse fluido, posto que etéreo, não deixa de ser matéria; que pela corrente que lhe imprime, o Espírito pode com ele impregnar e saturar todas as moléculas da parte doente; que pode modificar suas propriedade, como o magnetizador modifica as da água, dando-lhe uma virtude curativa às necessidades; que a energia da corrente está na razão do número, da qualidade e da homogeneidade dos elementos que constituem a corrente das pessoas chamadas a fornecer seu contingente fluídico. Essa corrente provavelmente ativa a secreção que deve produzir a soldadura dos ossos e assim produz a cura mais rápida do que quando entregue a si mesma.
Agora a eletricidade e o calor representam um papel no fenômeno? Isto é tanto mais provável quanto o Espírito não curou por milagre, mas por uma aplicação mais judiciosa das leis da natureza, em razão de sua clarividência. Se, como a ciência, é levada a admitir, a eletricidade e o calor não são fluidos especiais, mas modificações ou propriedades de um fluido elementar universal, devem fazer parte dos elementos constitutivos do fluido perispirital. Sua ação, no caso vertente, está implicitamente compreendida, absolutamente como quando se bebe vinho, necessariamente se bebe água e álcool.

Manifestações Físicas e Mesas Girantes

60. Chamam-se manifestações físicas as que se traduzem por efeitos sensíveis, como os ruídos, o movimento e a deslocação de corpos sólidos. Umas são espontâneas, independentes da vontade humana, e outras podem ser provocadas. Trataremos inicialmente apenas das últimas.
O efeito mais simples, e um dos primeiros a serem observados, foi o do movimento circular numa mesa. Esse efeito se produz igualmente em qualquer outro objeto. Mas sendo a mesa o mais empregado, por ser o mais cômodo, o nome de mesas girantes prevaleceu na designação desta espécie de fenômenos.
Quando dizemos que este efeito foi um dos primeiros a serem observados, referimo-nos aos últimos tempos, pois é certo que todos os gêneros de manifestações são conhecidos desde os tempos mais distantes, e nem podia ser de outra maneira. Desde que são efeitos naturais, teriam de produzir-se em todas as épocas. Tertuliano refere-se de maneira clara às mesas girantes e falantes.(1)
Este fenômeno entreteve durante algum tempo a curiosidade dos salões, que depois se cansaram e passaram a outras distrações, porque servia apenas nesse sentido. Dois foram os motivos do abandono das mesas girantes: para os frívolos, a moda, que raramente Ihes permite o mesmo divertimento em dois invernos, e que prodigiosamente lhe dedicaram três ou quatro! Para as pessoas sérias e observadoras foi um motivo sério: abandonaram as mesas girantes para ocupar-se das conseqüências muito mais importantes que delas resultavam. Deixaram o aprendizado do alfabeto pela Ciência, eis todo o segredo desse aparente abandono, de que fazem tanto barulho os zombadores.
Seja como for, as mesas girantes não deixam de ser o ponto de partida da Doutrina Espírita e por isso devemos tratá-Ias com maior desenvolvimento. E tanto mais quanto apresentando esses fenômenos na sua simplicidade, o estudo das causas será mais fácil e a teoria, uma vez estabelecida, nos dará a chave dos efeitos mais complicados.
61. Para a produção do fenômeno é necessária a participação de uma ou muitas pessoas dotadas de aptidão especial e designadas pelo nome de médiuns. O número dos participantes é indiferente, a menos que entre eles se encontrem alguns médiuns ainda ignorados. Quanto às pessoas cuja mediunidade é nula, sua presença não dá qualquer resultado, podendo mesmo ser mais prejudicial do que útil, pela disposição de espírito com que freqüentemente se apresentam.(2)
Os médiuns gozam de maior ou menor poder na produção dos fenômenos, produzindo efeitos mais ou menos pronunciados. Um médium possante quase sempre produz muito mais do que vinte outros reunidos, bastando pôr as mãos na mesa para que ela no mesmo instante se movimente, se eleve, revire, salte ou gire com violência.
62. Não há nenhum indício da faculdade mediúnica e somente a experiência pode revelá-la. Quando se quer fazer uma experiência, numa reunião, basta simplesmente sentar-se em torno de uma mesa e colocar as mãos espalmadas sobre ela, sem pressão nem contenção muscular. No princípio, como as causas do fenômeno eram ignoradas, indicavam-se numerosas precauções, depois reconhecidas como inúteis. Por exemplo: a alternância de sexos, o contato dos dedos mínimos das pessoas para formar uma cadeia ininterrupta. Esta última precaução parecia necessária porque se acreditava na ação de uma espécie de corrente elétrica, mas a experiência mostrou a sua inutilidade. A única prescrição realmente obrigatória é a do recolhimento, do silêncio absoluto, e sobretudo a paciência, quando o efeito demora. Pode acontecer que ele se produza em alguns minutos, como pode tardar meia hora ou uma hora. Isso depende da capacidade mediúnica dos participantes.
63. Acrescentamos que a forma da mesa, o material de que é feita, a presença de metais, da seda nas vestes dos assistentes, os dias, as horas, a obscuridade, a luz, etc., são tão indiferentes como a chuva e o bom tempo. Só o peso da mesa pode ter alguma importância, mas apenas nos casos em que a potência mediúnica não seja suficiente para movê-la. Noutros casos, basta uma pessoa, até mesmo uma criança, para erguer uma mesa de cem quilos, enquanto em condições menos favoráveis doze pessoas não fariam mover-se uma mesinha de centro.(3)
Assim preparada a experiência, quando o efeito começa a produzir-se é muito freqüente ouvir-se um pequeno estalo na mesa, sente-se um estremecimento como prelúdio do movimento, a mesa parece lutar para se desamarrar, depois o movimento de rotação se inicia e se acelera a tal ponto que os assistentes se vêem em apuros para segui-Io. Desencadeado assim o movimento, pode-se mesmo deixar a mesa livre que ela continua a mover-se sem contato em várias direções.
De outras vezes a mesa se ergue e se firma, ora num pé, ora noutro, e depois retoma suavemente sua posição natural. De outras, ainda, ela se balança para a frente e para trás e de um lado para outro, imitando o balanço de um navio. E de outras, por fim, mas sendo necessária para isso considerável potência mediúnica, ela se levanta inteiramente do soalho e se mantém em equilíbrio no espaço, sem qualquer apoio, chegando mesmo em certas ocasiões até o forro, de maneira que se pode passar por baixo; a seguir desce lentamente, balançando-se no ar como uma folha de papel, ou cai violentamente e se quebra. Isso prova, de maneira evidente, que não houve uma ilusão de ótica.
64. Outro fenômeno que se produz com muita freqüência, conforme a natureza do médium, é o das pancadas no cerne da madeira, no seu interior, sem provocar qualquer movimento da mesa. Esses golpes, que às vezes são bem fracos e outros muito fortes, estendem-se a outros móveis do aposento, às portas, às paredes e ao forro. Voltaremos logo a este caso. Quando se produzem na mesa, provocam uma vibração que se percebe muito bem pelos dedos e que se torna sobretudo muito distinta se aplicarmos o ouvido contra a mesa.
(1) Tertuliano, famoso doutor da Igreja, nascido em Cartago, considerado grande apologista mas que acabou caindo em heresia, depois de havê-Ias condenado ardentemente. Viveu entre 160 a 240 da nossa época. (N. do T.)
(2) A observação de Kardec sobre as pessoas "cuja mediunidade é nula" se explica pela referência final à "disposição de Espírito" com que participam. Mesmo pessoas sem essa mediunidade específica, mas sinceras e convictas, podem participar de experiências, como adiante se verá. O que torna as pessoas negativas são as vibrações negativas do seu pensamento, que afetam prejudicialmente a reunião. (N. do T.)
(3) A expressão francesa é guéridon, que corresponde a uma mesinha antiga de centro, redonda, com um perna central única e três pés na ponta. (N. do T.)

Sorteio de Agenda Espírita - Esperanto 2013

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Doação e Apoio CEJA –Centro Espírita Joanna de Ângelis

Boa Sorte

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Videoaula 11 - "Aprendendo Espiritismo"

Décima primeira videoaula da série "Aprendendo Espiritismo", produzida pela Equipe Luz Espírita, cujo tema central é "Anjos e demônios".

Neste episódio, são abordadas as questões mais elementares acerca dos chamados seres angelicais e demoníacos, por exemplo, a origem da crença dessas criaturas extraordinárias -- para o bem e para o mal -- e, segundo o Espiritismo, quem dentre esses personagens realmente existem, bem como a maneira de se manifestarem à Humanidade.

Vou Seguindo - Música Espírita


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

...."PASSE" - UM GESTO DE DOAÇÃO E AMOR AO PRÓXIMO (César Couto)
....QUEM AMA NUNCA ESQUECE, MESMO VOLTANDO AO PLANO ESPIRITUAL, ESTARA OLHANDO POR TI.....(César Couto)

Essência Evangélica 019

O programa "Essência Evangélica", exibido pela TV Mundo Maior.

Devemos fazer o melhor nessa reencarnação, para cada vez estarmos mais próximos da plenitude espiritual.

www.tvmundomaior.com.br
NÃO EXISTEM PESSOAS MÁS,.....E SIM PESSOAS QUE AINDA SÃO IMATURAS ESPIRITUALMENTE".....pense nisso, e que possamos ser mais compreêsivel com nossos irmão, e assim o mundo será melhor......(César Couto)

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Motivos de Resignação

12. Pelas palavras bem-aventurados os aflitos, porque eles serão consolados, Jesus indica, ao mesmo tempo, a compensação que espera os que sofrem e a resignação que nos faz bendizer o sofrimento, como o prelúdio da cura.
Essas palavras podem, também, ser traduzidas assim: deveis considerar-vos felizes por sofrer, porque as vossas dores neste mundo são as dívidas de vossas faltas passadas, e essas dores, suportadas pacientemente na Terra, vos poupam séculos de sofrimento na vida futura. Deveis, portanto, estar felizes por Deus ter reduzido vossas dívidas, permitindo-vos quitá-las no presente, o que vos assegura a tranqüilidade para o futuro.
O homem que sofre é semelhante a um devedor de grande soma, a quem o credor dissesse: "Se me pagares hoje mesmo a centésima parte, darei quitação do resto e ficarás livre; se não, vou perseguir-te até que pagues o último centavo". O devedor não ficaria feliz de submeter-se a todas as privações, para se livrar da dívida, pagando somente a centésima parte da mesma? Em vez de queixar-se do credor, não lhe agradeceria?
É esse o sentido das palavras: "Bem-aventurados os aflitos, porque eles serão consolados". Eles são felizes porque pagam suas dívidas, e porque, após a quitação, estarão livres. Mas se, ao procurar quitá-las de um lado, de outro se endividarem, nunca se tornarão livres. Ora, cada nova falta aumenta a dívida, pois não existe uma única falta, qualquer que seja, que não traga consigo a própria punição, necessária e inevitável. Se não for hoje, será amanhã; se não for nesta vida, será na outra. Entre essas faltas, devemos colocar em primeiro lugar a falta de submissão à vontade de Deus, de maneira que, se reclamamos das aflições, se não as aceitamos com resignação, como alguma coisa que merecemos, se acusamos a Deus de injusto, contraímos uma nova dívida, que nos faz perder os benefícios do sofrimento. Eis porque precisamos recomeçar, exatamente como se, a um credor que nos atormenta, enquanto pagamos as contas, vamos pedindo novos empréstimos.
Ao entrar no mundo dos Espíritos, o homem é semelhante ao trabalhador que comparece no dia de pagamento. A uns, dirá o patrão: "Eis a paga do teu dia de trabalho". A outros, aos felizes da Terra, aos que viveram na ociosidade, que puseram a sua felicidade na satisfação do amor-próprio e dos prazeres mundanos, dirá: "Nada tendes a receber, porque já recebestes o vosso salário na Terra. Ide, e recomeçai a vossa tarefa".
13. O homem pode abrandar ou aumentar o amargor das suas provas, pela maneira de encarar a vida terrena. Maior é o seu sofrimento, quando o considera mais longo. Ora, aquele que se coloca no ponto de vista da vida espiritual, abrange na sua visão a vida corpórea, como um ponto do infinito, compreendendo a sua brevidade, sabendo que esse momento penoso passa bem depressa. A certeza de um futuro próximo e mais feliz o sustenta e encoraja, e em vez de lamentar-se, ele agradece ao céu as dores que o fazem avançar. Para aquele que, ao contrário, só vê a vida corpórea, esta parece interminável, e a dor pesa sobre ele com todo o seu peso. O resultado da maneira espiritual de encarar a vida é a diminuição de importância das coisas mundanas, a moderação dos desejos humanos, fazendo o homem contentar-se com a sua posição, sem invejar a dos outros, e sentir menos os seus revezes e decepções. Ele adquire, assim, uma calma e uma resignação tão úteis à saúde do corpo como à da alma, enquanto com a inveja, o ciúme e a ambição, entrega-se voluntariamente à tortura, aumentando as misérias e as angústias de sua curta existência

Pão Nosso - Cap. 1 - Mãos a obra

“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem
doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para
edificação.” — Paulo. (1ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, CAPÍTULO 14,
VERSÍCULO 26.)
A igreja de Corinto lutava com certas dificuldades mais fortes, quando
Paulo lhe escreveu a observação aqui transcrita.
O conteúdo da carta apreciava diversos problemas espirituais dos
companheiros do Peloponeso, mas podemos insular o versículo e aplicá-lo a
certas situações dos novos agrupamentos cristãos, formados no ambiente do
Espiritismo, na revivescência do Evangelho.
Quase sempre notamos intensa preocupação nos trabalhadores, por
novidades em fenomenologia e revelação.
Alguns núcleos costumam paralisar atividades quando não dispõem de
médiuns adestrados.
Por quê?
Médium algum solucionará, em definitivo, o problema fundamental da
iluminação dos companheiros.
Nossa tarefa espiritual seria absurda se estivesse circunscrita à freqüência
mecânica de muitos, a um centro qualquer, simplesmente para assinalarem o
esforço de alguns poucos.
Convençam-se os discípulos de que o trabalho e a realização pertencem a
todos e que é imprescindível se movimente cada qual no serviço edificante que
lhe compete. Ninguém alegue ausência de novidades, quando vultosas
concessões da esfera superior aguardam a firme decisão do aprendiz de boavontade,
no sentido de conhecer a vida e elevar-se.
Quando vos reunirdes, lembrai a doutrina e a revelação, o poder de falar e
de interpretar de que já sois detentores e colocai mãos à obra do bem e da luz,
no aperfeiçoamento indispensável.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O nó do afeto

Em uma reunião de Pais, numa Escola da Periferia, a Diretora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos. Pedia-Ihes, também, que se fizessem presentes o máximo de tempo possível.
Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhasse fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar a entender as crianças.
Mas a diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou a explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo durante a semana.
Quando ele saía para trabalhar, era muito cedo e o filho ainda estava dormindo. Quando ele voltava do serviço era muito tarde e o garoto não estava mais acordado.
Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família. Mas ele contou, também, que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho a que tentava se redimir indo beijá?lo todas as noites quando chegava em casa.
E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria.
Isso acontecia, religiosamente, todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.
A diretora ficou emocionada com aquela história singela e emocionante.
E ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.
O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras de um pai ou uma mãe se fazerem presentes, de se comunicarem com o filho.
Aquele pai encontrou a sua, simples, mas eficiente. E o mais Importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai estava lhe dizendo.
Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento. Simples gestos como um beijo a um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais que presentes ou desculpas vazias.
É válido que nos preocupemos com nossos filhos, mas é importante que eles saibam, que eles sintam isso. Para que haja a comunicação, é preciso que os filhos "ouçam" a linguagem do nosso coração, pois em matéria de afeto, os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.
É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o ciúme do bebê que roubou o colo, o medo do escuro. A criança pode não entender o significado de muitas palavras, mas sabe registrar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja apenas um nó. Um nó cheio de afeto e carinho.
E você... já deu algum nó no lençol de seu filho, hoje?

As Mães de Chico Xavier - Filme Completo

Ruth (Via Negromonte) tem um filho adolescente, que enfrenta problemas com drogas. Elisa (Vanessa Gerbelli) tenta compensar a ausência do marido dando atenção total ao filho, Theo (Gabriel Pontes). Lara (Tainá Muller) é uma professora, que enfrenta o dilema de uma gravidez indesejada. Estas três mulheres se encontram quando, cada um por um motivo particular, resolvem procurar a ajuda do médium Chico Xavier (Nelson Xavier).

Palestras Centro Joanna de Angelis

Dia: 27/11/2012
Palestrante: USE Guarulhos
Tema: A Alma após a morte
Dirigente: Mauricio
Plantonista: Yolanda

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Dia: 29/11/2012
Palestrante: Claudio Palermo
Tema: Perda de pessoas amadas Cap. V itens 21/25
Dirigente: Maria Pessoa
Plantonista: José Roberto

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R. João Pannocchia Filho, 126 - Próximo ao Lago da Vila Galvão - Guarulhos/SP • Telefone:(11) 2451-3208

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

PARÁBOLA DO SEMEADOR - Mensagens Espíritas

Os Satélites

24. Antes que as massas planetárias houvessem atingido um grau de resfriamento suficiente para operar sua solidificação, massas menores, verdadeiros globos líquidos, no qual a força centrífuga é maior, e em virtude das mesmas leis adquiriram um movimento de translação ao redor de seu planeta gerador, conforme sucedeu com aqueles em redor de seu astro central.
Foi assim que a Terra deu nascimento à Lua, cuja massa, menos considerável, pode sofrer um resfriamento mais rápido. Ora, as leis e as forças que presidiram a seu desatamento do equador terrestre e seu movimento de translação neste mesmo plano, agiram de tal sorte que este mundo, em lugar de revestir a forma esferóide, tomou a de um corpo ovóide, isto é, apresentando a forma alongada de um ovo, cujo centro de gravidade seria fixado em sua parte inferior.
25. As condições pelas quais se efetuou a desagregação da Lua lhe permitiram pouco afastar-se da Terra, e a constringeram a permanecer perpetuamente suspensa em seu céu, como uma figura ovóide cujas partes mais pesadas formaram a face interior voltada em direção à Terra, e cujas partes menos densas ocuparam o ponto mais alto, designando por este nome o lado oposto à Terra, que assim se conserva saliente, voltado para o céu. Isto é o que causa o fato de que este astro conserve sempre a mesma face voltada para nós. Para ser melhor compreendido seu estado geológico, pode ser considerado semelhante a um globo de cortiça cuja base voltada para a Terra seria formada de chumbo.
Daí derivam duas naturezas essencialmente distintas, existentes na superfície do mundo lunar: uma, sem nenhuma analogia possível com a de nosso planeta, pois os corpos fluidos e etéreos lhe são desconhecidos; a outra, leve em relação à Terra, pois que todas as substâncias menos densas se acumularam nesse hemisfério. A primeira, perpetuamente voltada para a terra, sem água e sem atmosfera, exceto talvez em seus limites deste hemisfério sub-terrestre; a outra, rica em fluidos, perpetuamente oposta ao nosso mundo. (1)
Embora seja racional e científica esta teoria, como ainda não pode ser verificada por qualquer observação direta, não pode ser aceita senão a título de hipótese, e como idéia que poderá servir de baliza para a Ciência. Porém, não se pode deixar de notar que, até o presente, é a única que dá uma explicação satisfatória às particularidades que aquele corpo celeste apresenta.
26. A quantidade e o estado dos satélites de cada planeta variaram segundo as condições especiais nas quais foram formados. Alguns não deram nascimento a nenhum astro secundário, tais como Mercúrio, Vênus e Marte, ao passo que outros formaram diversos, como a Terra, Júpiter, Saturno, etc.
27. Além de seus satélites ou luas, o planeta Saturno apresenta o fenômeno especial do anel que, visto de longe, parece rodeá-lo como de uma branca auréola. Esta formação é para nós nova prova da universalidade das leis da natureza. Este anel é, com efeito, o resultado de uma separação que se operou nos tempos primitivos, no equador de Saturno, da mesma forma que uma zona equatorial se escapou da Terra para formar seu satélite. A diferença consiste em que o anel de Saturno se encontrou formado, em todas suas partes, de moléculas homogêneas, provavelmente já num certo grau de condensação, e dessa sorte, pode continuar seu movimento de rotação no mesmo sentido e num tempo quase igual ao que anima seu planeta. Se um dos pontos deste anel tivesse sido mais denso que outro, uma ou mais aglomerações da substância teriam sido subitamente operadas, e Saturno teria diversos satélites a mais. Depois de formado, este anel solidificou-se tal como os outros corpos planetários.
(1) Esta teoria da Lua, inteiramente nova, explica, pela lei da gravitação, a razão pela qual esse astro apresenta sempre a mesma face voltada para a Terra. Seu centro de gravidade, em lugar de estar no centro da esfera, encontrando-se sobre um dos pontos de sua superfície, e por conseguinte atraído em direção à Terra por uma força maior que as partes mais leves, a Lua produziria o efeito das figuras chamadas João-teimoso, que se levantam constantemente sob sua base; por outro modo, os planetas, cujo centro de gravidade está a uma distância igual a de sua superfície, giram regularmente ao redor de seu eixo. Os fluidos vivificantes, gasosos ou líquidos, por conseqüência de seu peso específico, encontram-se acumulados no hemisfério superior constantemente oposto à Terra; o hemisfério inferior, o único que vemos, será desprovido de tais elementos, e por conseguinte impróprio à vida, enquanto que ela haverá no outro. Se, pois, o hemisfério superior for habitado, seus habitantes jamais terão visto a Terra, a não ser em excursões ao outro hemisfério, o que lhes será impossível, se ali não houver as condições necessárias de possibilidades de vida.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Os Limbos

8 — É verdade que a Igreja admite para certos casos particulares uma situação especial. As crianças mortas em tenra idade, não tendo praticado o mal, não podem ser condenadas ao fogo eterno. De outro lado, não tendo praticado o bem, não possuem nenhum direito à felicidade suprema. São então, diz ela, enviadas aos limbos, situação mista e jamais definida, na qual, embora não sofrendo não gozam também da felicidade perfeita. Mas desde que a sua sorte já está irrevogavelmente fixada, elas estão privadas da felicidade por toda a eternidade.
Essa privação, desde que não dependeu delas, equivale a um suplício eterno imerecido. Acontece o mesmo com o selvagem, que não tendo recebido a graça do batismo e as luzes da religião, pecam por ignorância, abandonando-se aos instintos naturais e não podem ter culpa nem mérito como os que agem em conhecimento de causa.
A simples lógica repele semelhante doutrina em nome da justiça de Deus. Porque esta justiça encontra-se toda nestas palavras do Cristo: "A cada qual segundo suas obras". Mas é necessário entender por isso as boas ou más obras que se praticam livremente, voluntariamente, pois são as únicas que acarretam responsabilidade. Não é esse o caso da criança, nem do selvagem ou qualquer outro cujo esclarecimento não tenha dependido da sua própria vontade.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Exame das diferentes maneiras de se encarar o Espiritismo

36. Quando começaram a produzir-se os estranhos fenômenos do Espiritismo, ou, dizendo melhor, quando esses fenômenos se renovaram nestes últimos tempos, o primeiro sentimento que despertaram foi o da dúvida, quanto à realidade deles e, mais ainda, quanto à causa que lhes dava origem. Uma vez certificados, por testemunhos irrecusáveis e pelas experiências que todos hão podido fazer, sucedeu que cada um os interpretou a seu modo, de acordo com suas idéias pessoais, suas crenças, ou suas prevenções. Daí, muitos sistemas, a que uma observação mais atenta viria dar o justo valor.
Julgaram os adversários do Espiritismo encontrar um argumento nessa divergência de opiniões, dizendo que os próprios espíritas não se entendiam entre si A pobreza de semelhante razão prontamente se patenteia, desde que se reflita que os passos de qualquer ciência nascente são necessariamente incertos, até que o tempo haja permitido se colecionem e coordenem os fatos sobre que possa firmar-se a opinião.
À medida que os fatos se completam e vão sendo mais bem observados, as idéias prematuras se apagam e a unidade se estabelece, pelo menos com relação aos pontos fundamentais, senão a todos os pormenores. Foi o que se deu com o Espiritismo, que não podia fugir à lei comum e tinha mesmo, por sua natureza, que se prestar, mais do que qualquer outro assunto, à diversidade das interpretações. Pode-se, aliás, dizer que, a este respeito, ele andou mais depressa do que outras ciências mais antigas, do que a medicina, por exemplo, que ainda traz divididos os maiores sábios.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Esquecimento do Passado

11. É em vão que se aponta o esquecimento como um obstáculo ao aproveitamento da experiência das existências anteriores. Se Deus considerou conveniente lançar um véu sobre o passado, é que isso deve ser útil. Com efeito, a lembrança do passado traria inconvenientes muito graves. Em certos casos, poderia humilhar-nos estranhamente, ou então exaltar o nosso orgulho, e por isso mesmo dificultar o exercício do nosso livre-arbítrio. De qualquer maneira, traria perturbações inevitáveis às relações sociais.
O Espírito renasce freqüentemente no mesmo meio em que viveu, e se encontra em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes tenha feito. Se nelas reconhecesse as mesmas que havia odiado, talvez o ódio reaparecesse. De qualquer modo, ficaria humilhado perante aquelas pessoas que tivesse ofendido.
Deus nos deu, para nos melhorarmos, justamente o que necessitamos e nos é suficiente: a voz da consciência e as tendências instintivas; e nos tira o que poderia prejudicar-nos.
O homem traz, ao nascer, aquilo que adquiriu. Ele nasce exatamente como se fez. Cada existência é para ele um novo ponto de partida. Pouco lhe importa saber o que foi: se está sendo punido, é porque fez o mal, e suas más tendências atuais indicam o que lhe resta corrigir em si mesmo. É sobre isso que ele deve concentrar toda a sua atenção, pois daquilo que foi completamente corrigido já não restam sinais. As boas resoluções que tomou são a voz da consciência, que o adverte do bem e do mal e lhe dá a força de resistir às más tentações.
De resto, esse esquecimento só existe durante a vida corpórea. Voltando à vida espiritual, o Espírito reencontra a lembrança do passado. Trata-se, portanto, apenas de uma interrupção momentânea, como a que temos na própria vida terrena, durante o sono, e que não nos impede de lembrar, no outro dia, o que fizemos na véspera e nos dias anteriores.
Da mesma maneira, não é somente após a morte que o Espírito recobra a lembrança do passado. Pode dizer-se que ele nunca a perde, pois a experiência prova que, encarnado, durante o sono do corpo, ele goza de certa liberdade e tem consciência de seus atos anteriores. Então, ele sabe porque sofre, e que sofre justamente. A lembrança só se apaga durante a vida exterior de relação. A falta de uma lembrança precisa, que poderia ser-lhe penosa e prejudicial às suas relações sociais, permite-lhes haurir novas forças nesses momentos de emancipação da alma, se ele souber aproveitá-los.

Palestras Centro Espírita Joanna de Angelis

Dia: 20/11/2012
Palestrante:Vera Nuzzi
Tema: Causas, Consequencias e profilaxias do suícidio
Dirigente: Yolanda
Plantonista: Cida Gimenez

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Dia: 22/11/2012
Palestrante: João Alberto Teodoro
Tema: Bem e Mal sofrer Cap. V, itens 18/20
Dirigente: Junior
Plantonista: Luciete

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Dia: 25/11/2012
Palestrante: Nanci Matos
Tema: A importância do Perdão
Dirigente: César Messias
Plantonista: Lurdes
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DIA 24/11/2012 - SABADO - NOITE DO PASTEL

R. João Pannocchia Filho, 126 - Próximo ao Lago da Vila Galvão - Guarulhos/SP • Telefone:(11) 2451-3208



domingo, 18 de novembro de 2012

Mensagem: O Alimento Espiritual

O professor lutava na escola com um grande problema.
Os alunos começaram a ler muitas histórias de homens maus, de roubos e de crimes e passaram a viver em plena insubordinação.

Queriam imitar aventureiros e malfeitores e, em razão disso, na escola e em casa apresentavam péssimo comportamento.

Alguns pronunciavam palavrões, julgando-se bem-educados, e outros se entregavam a brinquedos de mau gosto, acreditando que assim mostravam superioridade e inteligência.

Esqueciam-se dos bons livros.

Zombavam dos bons conselhos.

O professor, em vista disso, certo dia reuniu todas as classes para a merenda costumeira, apresentando-se uma surpresa esquisita.

Os pratos estavam cheios de coisas impróprias, tais como pães envolvidos em lama, doces com batatas podres, pedaços de maçãs com tomates deteriorados e geléias misturadas com fel e pimenta.

Os meninos revoltados gritavam contra o que viam, mas o velho educador pediu silêncio e, tomando a palavra, disse-lhes:

- Meus filhos, se não podemos dispensar o alimento puro a benefício do corpo, precisamos também de alimento sadio para a nossa alma. O pão garante a nossa energia física, mas a leitura é a fonte de nossa vida espiritual. Os maus livros, as reportagens infelizes, as difamações e as aventuras criminosas representam substâncias apodrecidas que nós absorvemos, envenenando a vida mental e prejudicando-nos a conduta. Se gostamos das refeições saborosas que auxiliam a conservação de nossa saúde, procuremos também as páginas que cooperam na defesa de nossa harmonia interior, a fim de nunca fugirmos ao correto procedimento.

Com essa preleção, a hora da merenda foi encerrada.

Os alunos retiraram-se cabisbaixos.

E, pouco a pouco, a vida dos meninos foi sendo retificada, modificando-se para melhor.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

IV - Transmigração Progressiva

189. Desde o princípio da sua formação, o Espírito goza da plenitude de suas faculdades?
— Não; porque o Espírito, como o homem, tem também a sua infância. Em sua origem, os Espíritos não têm mais do que uma existência instintiva, possuindo apenas a consciência de si mesmos e de seus atos. Só pouco a pouco a inteligência se desenvolve.
190. Qual é o estado da alma em sua primeira encarnação?
— O estado da infância na vida corpórea. Sua inteligência apenas desabrocha: ela ensaia para a vida.
191. As almas dos nossos selvagens estão no estado de infância?
— Infância relativa, pois são almas já desenvolvidas, dotadas de paixões.
191-a. As paixões, então, indicam desenvolvimento?
— Desenvolvimento, sim, mas não perfeição. São um sinal de atividade e de consciência própria, na alma primitiva a inteligência e a vida estão em estado de germes.
A vida dos Espíritos, no seu conjunto, segue as mesmas fases da vida corpórea; passa gradativamente do estado de embrião ao de infância, para chegar, por uma sucessão de períodos, ao estado de adulto, que é o da perfeição, com a diferença de que nesta não existe o declínio nem a decrepitude da vida corpórea; que a sua vida, que teve um começo, não terá fim; que lhe é necessário, do nosso ponto de vista, um tempo imenso, para passar da infância espírita a um desenvolvimento completo, e o seu progresso realizar-se, não sobre uma esfera apenas,mas através de diversos mundos. A vida do Espírito constitui-se, assim, de uma série de existências corporais, sendo cada qual uma oportunidade de progresso, como cada existência corporal se compõe de uma série de dias, nos quais o homem adquire maior experiência e instrução. Mas, da mesma maneira que, na vida humana há dias infrutíferos, na do Espírito há existências corpóreas sem proveito, porque ele não soube conduzi-las.
192. Por uma conduta perfeita podemos vencer já nesta vida todos os graus e nos tornar Espíritos puros, sem passar pelos intermediários?
— Não, pois o que o homem julga perfeito está longe da perfeição; há qualidades que ele desconhece e nem pode compreender. Pode ser tão perfeito quanto a sua natureza o permita, mas esta não é a perfeição absoluta. Da mesma maneira que uma criança, por mais precoce que seja, deve passar pela juventude antes de chegar à maturidade, e um doente deve passar pela convalescença antes de recuperar a saúde. Além disso, o Espírito deve adiantar-se em conhecimento e moralidade, e se ele não progrediu senão num sentido, é necessário que o faça no outro, para chegar ao alto da escala. Entretanto, quanto mais o homem se adianta na vida presente, menos longas e penosas serão as provas seguintes.
192-a. O homem pode assegurar-se nesta vida uma existência futura menos cheia de amarguras?
— Sim, sem dúvida, pode abreviar o caminho e reduzir as dificuldades. Somente o desleixado fica sempre no mesmo ponto.
193. Pode um homem descer em suas novas existências abaixo do que já havia atingido?
— Em sua posição social, sim; como Espírito, não.
194. A alma de um homem de bem pode animar, noutra encarnação, o corpo de um celerado?
— Não, pois ela não pode degenerar.
194-a. A alma de um homem perverso pode transformar-se na de um homem de bem?
— Sim, se ela se arrepender, e então será uma recompensa.
A marcha dos Espíritos é progressiva e jamais retrógrada. Eles se elevam gradualmente na hierarquia, e não descem do plano atingido. Nas suas diferentes existências corporais, podem descer como homens, mas não como Espíritos. Assim, a alma de um poderoso da Terra pode mais tarde animar um humilde artesão, e vice-versa. Porque as posições entre os homens são freqüentemente determinadas pelo inverso da elevação dos sentimentos morais. Herodes era rei, e Jesus carpinteiro.
195. A possibilidade de melhorar numa outra existência não pode levar certas pessoas a permanecerem no mau caminho, com o pensamento de que poderão corrigir-se mais tarde?
— Aquele que assim pensa não acredita em nada e a idéia de um castigo eterno não o coibiria mais, porque a sua razão a repele e essa idéia conduz à incredulidade. Se não houvessem empregado senão os meios racionais para orientar os homens, não existiriam tantos céticos. Um Espírito imperfeito pode pensar como dizes, em sua vida corporal,mas uma vez liberto da matéria pensará de outra maneira, porque logo perceberá que calculou mal, e é então que trará, numa nova existência, um sentimento diverso. É assim que se efetiva o progresso. E eis porque tendes na Terra uns homens mais adiantados que outros. Uns já têm uma experiência que os outros ainda não tiveram, mas que adquirirão pouco a pouco. Deles depende impulsionar o próprio progresso ou retardá-lo indefinidamente.
O homem que se encontra numa posição má, deseja mudá-la o mais rapidamente possível. Aquele que se persuadiu de que as tribulações desta vida são a conseqüência de suas próprias imperfeições, procurará assegurar-se uma nova existência menos penosa, e este pensamento o desviará mais da senda do mal que o pensamento do fogo eterno, no qual não acredita.
196. Só podendo os Espíritos melhorar-se pelo sofrimento e as tribulações da existência corporal, segue-se que a vida material seria uma espécie de crivo ou de depurador, pelo qual devem passar os seres do mundo espírita para chegarem à perfeição?
— Sim, é bem isso. Eles melhoram através dessas provas, evitando o mal e praticando o bem. Mas somente depois de muitas encarnações ou depurações sucessivas é que atingem, num tempo mais ou menos longo, e segundo os seus esforços, o alvo para o qual se dirigem.
196-a. É o corpo que influi sobre o Espírito, para o melhorar, ou o Espírito que influi sobre o corpo?
— Teu Espírito é tudo; teu corpo é uma veste que apodrece; eis tudo.
Temos, no suco da vinha, uma imagem material dos diferentes graus de depuração da alma. Ele contém o licor chamado espírito ou álcool, mas enfraquecido por grande quantidade de matérias estranhas que lhe alteram a essência, e não chega à pureza absoluta senão depois de muitas destilações, em cada uma das quais se despoja de alguma impureza. O alambique é o corpo no qual ele deve entrar para se depurar; as matérias estranhas são como o perispírito, que se purifica a si mesmo, à medida que o Espírito se aproxima da perfeição.

Os Sóis e os Planetas

20. Ora, sucedeu que num ponto do Universo, perdido por entre miríades de mundos, a matéria cósmica se condensou sob a forma de uma imensa nebulosa. Esta nebulosa estava animada pelas leis universais que regem a matéria; em virtude dessas leis, e principalmente pela força molecular da atração, ela tomou a forma de um esferóide, a única que pode, de início, revestir uma massa de matéria isolada no espaço.
O movimento circular produzido pela gravitação rigorosamente igual de todas as zonas moleculares em direção ao centro, modificou bem depressa a esfera primitiva, para a conduzir, de movimento em movimento, em direção à forma lenticular. _ Falamos do conjunto da nebulosa.
21. Novas forças surgiram em seguida a este movimento de rotação: a força centrípeta e a força centrífuga; a primeira tendente a reunir todas as partículas no centro, e a segunda, tendente a afastá-las. Ora, com o movimento em aceleração, à medida que a nebulosa se condensava, e com seu raio aumentando à medida que ela se aproximava da forma lenticular, a força centrífuga, incessantemente desenvolvida pelas duas causas, predominou logo sobre a atração central.
Da mesma forma que o movimento muito rápido da funda arrebenta sua corda e arremessa longe o projétil, assim a predominância da força centrífuga destacou o círculo equatorial da nebulosa e desse anel formou nova massa isolada da primeira, porém nem por isso menos submetida a seu influxo. Essa massa conservou seu movimento equatorial o qual, modificado, tornou-se o movimento de translação em redor do astro solar. Além disso, seu novo estado lhe dá um movimento de rotação em redor de seu próprio centro.
22. A nebulosa geratriz que deu nascimento a este novo mundo se condensou e retomou a forma esférica; mas o calor primitivo, desenvolvido por seus diversos movimentos, não se enfraquece senão com extrema lentidão e o fenômeno que acabamos de descrever se reproduzirá freqüentemente e durante um longo período, até que essa nebulosa seja bastante densa, bastante sólida, para opor uma resistência eficaz às modificações de forma que lhe imprime sucessivamente seu movimento de rotação.
Ela não terá, pois, dado nascimento a um só astro, mas a centenas de mundos destacados do foco central, dele saídos pelo modo de formação acima mencionado. Ora, cada um desses globos, revestido como o mundo primitivo de forças naturais que presidem à criação dos universos, gerará sucessivamente novos mundos que de agora em diante gravitarão em redor dele, como ele em conjunto faz com seus irmãos em redor do foco de sua existência e de sua vida. Cada um desses mundos será um sol, centro de um turbilhão de planetas sucessivamente destacados de seu equador. Estes planetas receberão uma vida especial, particular, embora dependente de seu astro gerador.
23. Assim se formaram os planetas, com massas de matéria condensada, embora ainda não solidificada, destacadas da massa central mediante a ação da força centrífuga, e em virtude da leis do movimento, tomando a forma esferoidal mais ou menos elíptica, segundo o grau de fluidez que conservaram. Um desses planetas será a Terra, o qual antes que se esfriasse e fosse revestido de uma crosta sólida, daria nascimento à Lua, pelo modo de formação sideral ao qual ela deve sua própria existência; a Terra, desde agora inscrita no livro da vida, berço de criaturas cuja fraqueza é protegida sob as asas da Providência, corda nova na harpa do infinito, que deve vibrar em seu lugar no concerto universal dos mundos

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Causas anteriores das aflições

6. Mas, se há males nesta vida cuja causa primária é o homem, outros há também aos quais, pelo menos na aparência, ele é completamente estranho e que parecem atingi-lo como por fatalidade. Tal, por exemplo, a perda de entes queridos e a dos que são o amparo da família. Tais, ainda, os acidentes que nenhuma previsão poderia impedir; os reveses da fortuna, que frustram todas as precauções aconselhadas pela prudência; os flagelos naturais, as enfermidades de nascença, sobretudo as que tiram a tantos infelizes os meios de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, o cretinismo, etc.
Os que nascem nessas condições, certamente nada hão feito na existência atual para merecer, sem compensação, tão triste sorte, que não podiam evitar, que são impotentes para mudar por si mesmos e que os põe à mercê da comiseração pública. Por que, pois, seres tão desgraçados, enquanto, ao lado deles, sob o mesmo teto, na mesma família, outros são favorecidos de todos os modos?
Que dizer, enfim, dessas crianças que morrem em tenra idade e da vida só conheceram sofrimentos? Problemas são esses que ainda nenhuma filosofia pôde resolver, anomalias que nenhuma religião pôde justificar e que seriam a negação da bondade, da justiça e da providência de Deus, se se verificasse a hipótese de ser criada a alma ao mesmo tempo que o corpo e de estar a sua sorte irrevogavelmente determinada após a permanência de alguns instantes na Terra. Que fizeram essas almas, que acabam de sair das mãos do Criador, para se verem, neste mundo, a braços com tantas misérias e para merecerem no futuro urna recompensa ou uma punição qualquer, visto que não hão podido praticar nem o bem, nem o mal?
Todavia, por virtude do axioma segundo o qual todo efeito tem uma causa, tais misérias são efeitos que hão de ter uma causa e, desde que se admita um Deus justo, essa causa também há de ser justa. Ora, ao efeito precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na vida atual, há de ser anterior a essa vida, isto é, há de estar numa existência precedente. Por outro lado, não podendo Deus punir alguém pelo bem que fez, nem pelo mal que não fez, se somos punidos, é que fizemos o mal; se esse mal não o fizemos na presente vida, tê-lo-emos feito noutra. E uma alternativa a que ninguém pode fugir e em que a lógica decide de que parte se acha a justiça de Deus.
O homem, pois, nem sempre é punido, ou punido completamente, na sua existência atual; mas não escapa nunca às conseqüências de suas faltas. A prosperidade do mau é apenas momentânea; se ele não expiar hoje, expiará amanhã, ao passo que aquele que sofre está expiando o seu passado. O infortúnio que, à primeira vista, parece imerecido tem sua razão de ser, e aquele que se encontra em sofrimento pode sempre dizer: 'Perdoa-me, Senhor, porque pequei.
7. Os sofrimentos devidos a causas anteriores à existência presente, como os que se originam de culpas atuais, são muitas vezes a conseqüência da falta cometida, isto é, o homem, pela ação de uma rigorosa justiça distributiva, sofre o que fez sofrer aos outros. Se foi duro e desumano, poderá ser a seu turno tratado duramente e com desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer em humilhante condição; se foi avaro, egoísta, ou se fez mau uso de suas riquezas, poderá ver-se privado do necessário; se foi mau filho, poderá sofrer pelo procedimento de seus filhos, etc.
Assim se explicam pela pluralidade das existências e pela destinação da Terra, como mundo expiatório, as anomalias que apresenta a distribuição da ventura e da desventura entreos bons e os maus neste planeta. Semelhante anomalia, contudo, só existe na aparência, porque considerada tão-só do ponto de vista da vida presente. Aquele que se elevar, pelo pensamento, de maneira a apreender toda uma série de existências, verá que a cada um é atribuída a parte que lhe compete, sem prejuízo da que lhe tocará no mundo dos Espíritos, e verá que a justiça de Deus nunca se interrompe.
Jamais deve o homem olvidar que se acha num mundo inferior, ao qual somente as suas imperfeições o conservam preso. A cada vicissitude, cumpre-lhe lembrar-se de que, se pertencesse a um mundo mais adiantado, isso não se daria e que só de si depende não voltar a este, trabalhando por se melhorar.
8. As tribulações podem ser impostas a Espíritos endurecidos, ou extremamente ignorantes, para levá-los a fazer uma escolha com conhecimento de causa. Os Espíritos penitentes, porém, desejosos de reparar o mal que hajam feito e de proceder melhor, esses as escolhem livremente. Tal o caso de um que, havendo desempenhado mal sua tarefa, pede lha deixem recomeçar, para não perder o fruto de seu trabalho As tribulações, portanto, são, ao mesmo tempo, expiações do passado, que recebe nelas o merecido castigo, e provas com relação ao futuro, que elas preparam. Rendamos graças a Deus, que, em sua bondade, faculta ao homem reparar seus erros e não o condena irrevogavelmente por uma primeira falta.
9. Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação. Provas e expiações, todavia, são sempre sinais de relativa inferioridade, porquanto o que é perfeito não precisa ser provado. Pode, pois, um Espírito haver chegado a certo grau de elevação e, nada obstante, desejoso de adiantar-se mais, solicitar uma missão, uma tarefa a executar, pela qual tanto mais recompensado será, se sair vitorioso, quanto mais rude haja sido a luta. Tais são, especialmente, essas pessoas de instintos naturalmente bons, de alma elevada, de nobres sentimentos inatos, que parece nada de mau haverem trazido de suas precedentes existências e que sofrem, com resignação toda cristã, as maiores dores, somente pedindo a Deus que as possam suportar sem murmurar. Pode-se, ao contrário, considerar como expiações as aflições que provocam queixas e impelem o homem à revolta contra Deus.
Sem dúvida, o sofrimento que não provoca queixumes pode ser uma expiação; mas, é indício de que foi buscada voluntariamente, antes que imposta, e constitui prova de forte resolução, o que é sinal de progresso.
10. Os Espíritos não podem aspirar à completa felicidade, enquanto não se tenham tornado puros: qualquer mácula lhes interdita a entrada nos mundos ditosos. São como os passageiros de um navio onde há pestosos, aos quais se veda o acesso à cidade a que aportem, até que se hajam expurgado. Mediante as diversas existências corpóreas é que os Espíritos se vão expungindo, pouco a pouco, de suas imperfeições. As provações da vida os fazem adiantar-se, quando bem suportadas. Como expiações, elas apagam as faltas e purificam. São o remédio que limpa as chagas e cura o doente. Quanto mais grave é o mal, tanto mais enérgico deve ser o remédio. Aquele, pois, que muito sofre deve reconhecer que muito tinha a expiar e deve regozijar-se à idéia da sua próxima cura. Dele depende, pela resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não lhe estragar o fruto com as suas impaciências, visto que, do contrário, terá de recomeçar

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Videoaula 10 - "Aprendendo Espiritismo"

 
Décima edição da série de videoaulas "Aprendendo Espiritismo", produção do Equipe Luz Espirita (www.luzespirita.org.br), apresentação de Rosângela Pires.
Este capítulo, "Obsessão", nos convida a uma séria e útil reflexão acerca das influências a que todos nós estamos sujeitos, sendo ou não espírita, acreditando ou não na sobrevivência da alma, praticando ou não a mediunidade voluntariamente.

Palestras Centro Espirita Joanna de Angelis

Dia: 13/11/2012
Palestrante: João Demétrio Loricchio
Tema: Contribuição do espiritismo para a sociedade
Dirigente: Vilma
Plantonista : Yolanda

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Dia: 15/11/2012
Palestrante: Hélio Ribeiro da Silva
Tema: Os tempos são chegados
Dirigente: Jair
Plantonista: Luciete

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Dia: 18/11/2012
Palestrante: Betinha Chagas
Tema: Questões sobre o casamento
Dirigente: Fabio
Plantonista: Vera

R. João Pannocchia Filho, 126 - Próximo ao Lago da Vila Galvão - Guarulhos/SP • Telefone:(11) 2451-3208

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Programa Momento Espírita - O Por que da Dor? com Dr. Milton Maguolo Jr

Programa Momento Espírita
Tema: O Por que da Dor?
Apresentação: João Groggia Jr,
Participação: Dr. Milton Maguolo Jr. que responde diversas perguntas, entre elas sobre o cancer, a dor nos animais, autismo, etc..
realizado no dia 10/03/2012 das 12 as 13hs na Rádio Difusora de Catanduva/SP e retransmitido pela Rede Amigo Espírita

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O inferno cristão imitado do inferno pagão

3. - O inferno pagão, descrito e dramatizado pelos poetas, foi o modelo mais grandioso do gênero, e perpetuou-se no seio dos cristãos, onde, por sua vez, houve poetas e cantores. Comparando-os, encontram-se neles - salvo os nomes e variantes de detalhe - numerosas analogias; ambos têm o fogo material por base de tormentos, como símbolo dos sofrimentos mais atrozes. Mas, coisa singular! os cristãos exageraram em muitos pontos o inferno dos pagãos. Se estes tinham o tonel das Danaides, a roda de Íxion, o rochedo de Sísifo, eram estes suplícios individuais; os cristãos, ao contrário, têm para todos, sem distinção, as caldeiras ferventes cujos tampos os anjos levantam para ver as contorções dos supliciados (1); e Deus, sem piedade, ouve-lhes os gemidos por toda a eternidade. Jamais os pagãos descreveram os habitantes dos Campos Elíseos deleitando a vista nos suplícios do Tártaro. (2)
    (1) Sermão pregado em Montpellier em 1860.
    (2) "Os bem-aventurados, sem deixarem o lugar que ocupam, poderão afastar-se de certo modo em razão do seu dom de inteligência e da vista distinta, a fim de considerarem as torturas dos condenados, e, vendo-os, não somente serão insensíveis à dor, mas até ficarão repletos de alegria e renderão graças a Deus por sua própria felicidade, assistindo à inefável calamidade dos ímpios." (S. Tomás de Aquino.)
4. - Os cristãos têm, como os pagãos, o seu rei dos infernos - Satã - com a diferença, porém, de que Plutão se limitava a governar o sombrio império, que lhe coubera em partilha, sem ser mau; retinha em seus domínios os que haviam praticado o mal, porque essa era a sua missão, mas não induzia os homens ao pecado para desfrutar, tripudiar dos seus sofrimentos. Satã, no entanto, recruta vítimas por toda parte e regozija-se ao atormentá-las com uma legião de demônios armados de forcados a revolvê-las no fogo.
Já se tem discutido seriamente sobre a natureza desse fogo que queima mas não consome as vítimas. Tem-se mesmo perguntado se seria um fogo de betume. (2)
O inferno cristão nada cede, pois, ao inferno pagão.
    (2) Sermão pregado em Paris em 1861.
5. - As mesmas considerações que, entre os antigos, tinham feito localizar o reino da felicidade, fizeram circunscrever igualmente o lugar dos suplícios. Tendo-se colocado o primeiro nas regiões superiores, era natural reservar ao segundo os lugares inferiores, isto é, o centro da Terra, para onde se acreditava servirem de entradas certas cavidades sombrias, de aspecto terrível. Os cristãos também colocaram ali, por muito tempo, a habitação dos condenados.
A este respeito, frisemos ainda outra analogia: - O inferno dos pagãos continha de um lado os Campos Elíseos e do outro o Tártaro; o Olimpo, moradia dos deuses e dos homens divinizados, ficava nas regiões superiores. Segundo a letra do Evangelho, Jesus desceu aos infernos, isto é, aos lugares baixos para deles tirar as almas dos justos que lhe aguardavam a vinda.
Os infernos não eram, portanto, um lugar unicamente de suplício: estavam, tal como para os pagãos, nos lugares baixos.
A morada dos anjos, assim como o Olimpo, era nos lugares elevados. Colocaram-na para além do céu estelar, que se reputava limitado.
6. - Esta mistura de idéias cristãs e pagãs nada tem de surpreendente. Jesus não podia de um só golpe destruir inveteradas crenças, faltando aos homens conhecimentos necessários para conceber a infinidade do Espaço e o número infinito dos mundos; a Terra para eles era o centro do Universo; não lhe conheciam a forma nem a estrutura internas; tudo se limitava ao seu ponto de vista: as noções do futuro não podiam ir além dos seus conhecimentos. Jesus encontrava-se, pois, na impossibilidade de os iniciar no verdadeiro estado das coisas; mas não querendo, por outro lado, com sua autoridade, sancionar prejuízos aceitos, absteve-se de os retificar, deixando ao tempo essa missão. Ele limitou-se a falar vagamente da vida bem-aventurada, dos castigos reservados aos culpados, sem referir-se jamais nos seus ensinos a castigos e suplícios corporais, que constituíram para os cristãos um artigo de fé. Eis aí como as idéias do inferno pagão se perpetuaram até aos nossos dias. E foi preciso a difusão das modernas luzes, o desenvolvimento geral da inteligência humana para se lhe fazer justiça. Como, porém, nada de positivo houvesse substituído as idéias recebidas, ao longo período de uma crença cega sucedeu, transitoriamente, o período de incredulidade a que vem pôr termo a Nova Revelação. Era preciso demolir para reconstruir, visto como é mais fácil insinuar idéias justas aos que em nada crêem, sentindo que algo lhes falta, do que fazê-lo aos que possuem uma idéia robusta, ainda que absurda.
7. - Localizados o céu e o inferno, as seitas cristãs foram levadas a não admitir para as almas senão duas situações extremas: a felicidade perfeita e o sofrimento absoluto. O purgatório é apenas uma posição intermediária e passageira, ao sair da qual as almas passam, sem transição, à mansão dos justos.
Outra não pode ser a hipótese, dada a crença na sorte definitiva da alma após a morte. Se não há mais de duas habitações, a dos eleitos e a dos condenados, não se podem admitir muitos graus em cada uma sem admitir a possibilidade de os franquear e, conseguintemente, o progresso. Ora, se há progresso, não há sorte definitiva, e se há sorte definitiva, não há progresso. Jesus resolveu a questão quando disse: - "Há muitas moradas na casa de meu Pai." (1)
    (1) O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III.

 

Ordem nos estudos espíritas

35. Aos que quiserem adquirir essas noções preliminares, pela leitura das nossas obras, aconselhamos que as leiam nesta ordem:

- O que é o Espiritismo? Esta brochura, de uma centena de páginas somente, contém sumária exposição dos princípios da Doutrina Espírita, um apanhado geral desta, permitindo ao leitor apreender-lhe o conjunto dentro de um quadro restrito. Em poucas palavras ele lhe percebe o objetivo e pode julgar do seu alcance. Aí se encontram, além disso, respostas às principais questões ou objeções que os novatos se sentem naturalmente propensos a fazer. Esta primeira leitura, que muito pouco tempo consome, é uma introdução que facilita um estudo mais aprofundado.
2º - O Livro dos Espíritos. Contém a doutrina completa, como a ditaram os próprios Espíritos, com toda a sua filosofia e todas as suas conseqüências morais. E a revelação do destino do homem, a iniciação no conhecimento da natureza dos Espíritos e nos mistérios da vida de além-túmulo. Quem o lê compreende que o Espiritismo objetiva um fim sério, que não constitui frívolo passatempo.
3º - O Livro dos Médiuns. Destina-se a guiar os que queiram entregar-se à prática das manifestações, dando-lhes conhecimento dos meios próprios para se comunicarem com os Espíritos. E um guia, tanto para os médiuns, como para os evocadores, e o complemento de O Livro dos Espíritos.
4º - A Revue Spirite. Variada coletânea de fatos, de explicações teóricas e de trechos isolados, que completam o que se encontra nas duas obras precedentes, formando-lhes, de certo modo, a aplicação. Sua leitura pode fazer-se simultaneamente com a daquelas obras, porém, mais proveitosa será, e, sobretudo, mais inteligível, se for feita depois de O Livro dos Espíritos.
Isto pelo que nos diz respeito. Os que desejem tudo conhecer de uma ciência devem necessariamente ler tudo o que se ache escrito sobre a matéria, ou, pelo menos, o que haja de principal, não se limitando a um único autor. Devem mesmo ler o pró e o contra, as críticas como as apologias, inteirar-se dos diferentes sistemas, a fim de poderem julgar por comparação.
Por esse lado, não preconizamos, nem criticamos obra alguma, visto não querermos, de nenhum modo, influenciar a opinião que dela se possa formar. Trazendo nossa pedra ao edifício, colocamo-nos nas fileiras. Não nos cabe ser juiz e parte e não alimentamos a ridícula pretensão de ser o único distribuidor da luz. Toca ao leitor separar o bom do mau, o verdadeiro do falso.