sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Prelúdio do retorno

330 Os Espíritos conhecem a época em que reencarnarão?
– Eles a pressentem, assim como um cego sente o fogo quando dele se aproxima. Sabem que devem retornar a um corpo como sabeis que um dia deveis morrer, mas não sabem quando isso vai acontecer. (Veja, nesta obra, a questão 166.)
330 a A reencarnação é, então, uma necessidade da vida espírita, assim como a morte é uma necessidade da vida corporal?
– Certamente. É exatamente assim.
331 Todos os Espíritos se preocupam com sua reencarnação?
– Há muitos que nem mesmo pensam nisso, nem a compreendem; isso depende de sua natureza mais ou menos avançada. Para alguns, a incerteza quanto ao futuro é uma punição.
332 O Espírito pode antecipar ou retardar o momento de sua reencarnação?
– Pode antecipá-lo, solicitando-o em suas preces. Pode também retardá-lo, recuar diante da prova, porque entre os Espíritos há também os covardes e os indiferentes, mas não o fazem impunemente. Ele sofre, como quem recua diante do remédio salutar que pode curá-lo.
333 Se um Espírito se encontrasse bastante feliz por estar numa condição mediana na espiritualidade e se não tivesse ambição de progredir, poderia prolongar esse estado indefinidamente?
– Não. Não indefinidamente. Progredir é uma necessidade que o Espírito sente, cedo ou tarde. Todos devem elevar-se, esse é o propósito da destinação dos Espíritos.
334 A união da alma com este ou aquele corpo é predestinada, ou a escolha se faz apenas no último momento?
– O Espírito é sempre designado antes. Ao escolher a prova por que deseja passar, pede para encarnar; portanto, Deus, que tudo sabe e tudo vê, sabe e vê antecipadamente que alma se unirá a qual corpo.
335 O Espírito faz a escolha do corpo em que deve encarnar, ou apenas do gênero de vida que lhe deve servir de prova?
– Pode escolher o corpo, já que as imperfeições desse corpo são para ele provas que ajudam no seu adiantamento, se vencer os obstáculos que aí encontra. Embora possa pedir, a escolha nem sempre depende dele.
335 a O Espírito poderia, no último momento, recusar o corpo escolhido por ele?
– Se recusasse, sofreria muito mais do que aquele que não tentou nenhuma prova.
336 Poderia acontecer que um corpo que tivesse de nascer não encontrasse Espírito para encarnar nele?
– Deus a isso proveria. Quando a criança deve nascer para viver, está sempre predestinada a ter uma alma; nada foi criado sem finalidade.
337 A união do Espírito com um determinado corpo pode ser imposta pela Providência Divina?
– Pode ser imposta, bem como as diferentes provas, especialmente quando o Espírito ainda não está apto a fazer uma escolha com conhecimento de causa. Como expiação, o Espírito pode ser obrigado a se unir ao corpo de uma criança que por seu nascimento e pela posição que terá no mundo poderão tornar-se para ele uma punição.
338 Se acontecesse de muitos Espíritos se apresentarem para um mesmo corpo determinado a nascer, o que ficaria decidido entre eles?
– Muitos podem pedir isso. Julga-se num caso desses quem é mais capaz de desempenhar a missão à qual a criança está destinada; mas, como já foi dito, o Espírito já está designado antes do instante que deve unir-se ao corpo.
339 O momento da encarnação é acompanhado de uma perturbação semelhante à que se experimenta ao desencarnar?
– Muito maior e principalmente mais longa. Na morte o Espírito sai da escravidão; no nascimento, entra nela.
340 O instante em que o Espírito deve encarnar é para ele solene? Realiza esse ato como uma coisa séria e importante?
– É como um navegante que embarca para uma travessia perigosa e não sabe se vai encontrar a morte nas ondas que enfrenta.
 O navegante que embarca sabe a que perigos se expõe, mas não sabe se naufragará; o mesmo acontece com o Espírito: ele conhece as provas às quais se submete, mas não sabe se fracassará. Da mesma forma que para o Espírito a morte do corpo é como um renascimento, a reencarnação é uma espécie de morte, ou melhor, de exílio, de clausura. Ele deixa o mundo dos Espíritos pelo mundo corporal, assim como o homem deixa o mundo corporal pelo mundo dos Espíritos. O Espírito sabe que vai reencarnar, do mesmo modo que o homem sabe que vai morrer. Mas, exatamente como o homem só tem consciência da morte no momento extremo, também o Espírito só tem consciência da reencarnação no momento determinado; então, nesse momento supremo, a perturbação se apossa dele e persiste, até que a nova existência esteja totalmente formada. Os momentos que antecedem à reencarnação são uma espécie de agonia para o Espírito.
341 A incerteza em que se encontra o Espírito sobre a eventualidade do sucesso das provas que vai suportar na vida é motivo de ansiedade antes de sua encarnação?
– Uma ansiedade muito grande, uma vez que as provas dessa existência retardarão ou adiantarão seu progresso, de acordo com o que tiver suportado bem ou mal.
342 No momento de sua reencarnação, o Espírito está acompanhado por outros Espíritos, seus amigos, que vêm assistir à sua partida do mundo espírita, assim como o recebem quando para lá retorna?
– Isso depende da esfera que o Espírito habita. Se estiver onde reina a afeição, os Espíritos que o amam o acompanham até o último momento, encorajam-no, e muitas vezes até o seguem durante a vida.
343 Os Espíritos amigos que nos seguem durante a vida são alguns dos que vemos em sonho, que nos demonstram afeição e se apresentam a nós com aparências desconhecidas?
– Muito freqüentemente são os mesmos. Vêm vos visitar, assim como visitais um prisioneiro.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Ainda para refletirmos sobre o papel da Evangelização Infanto- juvenil:


Algumas perguntas feitas a Emmanuel sobre a Educação
108 – Onde a base mais elevada para os métodos de educação ?
EMMANUEL - As noções religiosas, com a exemplificação dos mais altos deveres da vida, constituem a base de toda a educação, no sagrado instituto da família.
109 - O período infantil é o mais importante para a tarefa educativa?
EMMANUEL - O período infantil é o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos. Até aos sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isso, mais vivas, tornando- se mais suscetível de renovar o caráter e estabelecer novo caminho, na consolidação dos princípios de responsabilidade, se encontrar nos pais legítimos representantes do colégio familiar.
Eis por que o lar é tão importante para a edificação do homem, e por que tão profunda é a missão da mulher perante as leis divinas. Passada a época infantil, credora de toda vigilância e carinho por parte das energias paternais, os processos de educação moral, que formam o caráter, tornam- se mais difíceis com a integração do Espírito em seu mundo orgânico material, e, atingida a maioridade, se a educação não se houver feito no lar, então,só o processo violento das provas rudes, no mundo, pode renovar o pensamento e a concepção das crianças,porquanto a alma reencarnada terá retomado todo o seu patrimônio nocivo do pretérito e reincidirá nas mesmas quedas, se lhe faltou a luz interior dos sagrados princípios educativos.