quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Leis imutáveis

A palavra lei expressa uma regra ou um conjunto de regras, criadas com o objetivo de definir e regulamentar diversas situações entre os homens.
A lei civil, por exemplo, regula a relação entre os cidadãos. A lei criminal define os delitos e determina a maneira como serão as punições referentes a cada falta.
Verificamos, nas leis da química, física e astronomia, a definição de algumas relações constantes, que existem entre os fenômenos naturais.
A lei moral ou Divina indica ao homem o que ele deve fazer ou deixar de fazer.
É um conjunto de normas ou regras, emanadas da Providência Divina, que orientam os atos humanos segundo a justiça natural.
É a ética religiosa de todos os povos e de todas as nações.
A desobediência aos seus códigos causa sofrimento e desequilíbrio ao infrator que, de forma alguma, fugirá ao reajuste.
O homem traz a lei de Deus gravada em sua consciência e mesmo o mais bruto sente-a em forma de impulsos. Somos todos capazes de distinguir o bem do mal.
Deus é a Inteligência Cósmica que rege o mundo com perfeição.     
Não é como um hábil relojoeiro que formou o mundo, deu-lhe corda e a deixa esgotar-se, lentamente, até o fim. Pelo contrário, Ele é o Pai amoroso que cuida daquilo que criou.
Colocou junto a nós seres superiores, nossos guias espirituais e protetores, que estão sempre prontos a nos aconselhar e amparar. Permanecem ao nosso lado desempenhando uma missão de amor.
Através da inspiração que recebemos desses Espíritos, Deus nos alerta, a cada instante, se fazemos o bem ou o mal.
­Achamo-nos então, constantemente, em presença da Divindade.
Segundo a palavra do Cristo, estamos em Deus assim como Ele está em nós.
Ele nos criou, deu-nos um objetivo e nos fornece os meios de alcançarmos essa meta. Colocou-nos sob Sua regência.
O Supremo Pai utilizou-Se, através dos tempos, de profetas e sábios para nos indicar essa rota segura.
Mas foi Jesus quem nos apresentou o modelo perfeito a ser seguido, ensinando, pelo exemplo e sacrifício, toda a vivência do estatuto das leis morais.
Elas têm o seu fundamento no amor e encerram todos os deveres dos homens uns para com os outros.
As leis naturais de justiça, amor, igualdade e caridade resumem todas as outras e possibilitam ao homem adiantar-se na vida espiritual.
Estabelecidas pelo Pai Criador, as invioláveis leis morais são de todos os tempos e constituem roteiro de felicidade no caminho evolutivo.  
Pensemos em como tem sido o nosso proceder na relação com Deus, no uso do nosso tempo, no cuidado com o corpo físico, na vida em sociedade e em família, no uso dos bens da Terra e perante as desigualdades sociais.
Em benefício da nossa própria evolução moral e espiritual, mantenhamos viva a chama da fé e a sintonia com a Espiritualidade maior, para que consigamos seguir com fidelidade as leis morais da vida.

Redação do Momento Espírita.
Em 21.08.2012.

Essência Evangélica 011


Programa apresentado por Claudio Palermo

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Palestra Centro Espírita Joanna de Angelis

Destruição dos seres vivos uns pelos outros

20. - A destruição recíproca dos seres vivos é, dentre as leis da Natureza, uma das que, à primeira vista, menos parecem conciliar-se com a bondade de Deus. Pergunta-se por que lhes criou ele a necessidade de mutuamente se destruírem, para se alimentarem uns à custa dos outros.
Para quem apenas vê a matéria e restringe à vida presente a sua visão, há de isso, com efeito, parecer uma imperfeição na obra divina. É que, em geral, os homens apreciam a perfeição de Deus do ponto de vista humano; medindo-lhe a sabedoria pelo juízo que dela formam, pensam que Deus não poderia fazer coisa melhor do que eles próprios fariam. Não lhes permitindo a curta visão, de que dispõem, apreciar o conjunto, não compreendem que um bem real possa decorrer de um, mal aparente. Só o conhecimento do princípio espiritual, considerado em sua verdadeira essência, e o da grande lei de unidade, que constitui a harmonia da criação, pode dar ao homem a chave desse mistério e mostrar-lhe a sabedoria providencial e a harmonia, exatamente onde apenas vê uma anomalia e uma contradição.
21. - A verdadeira vida, tanto do animal como do homem, não está no invólucro corporal, do mesmo que não está no vestuário . Está no princípio inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo. Esse princípio necessita do corpo, para se desenvolver pelo trabalho que lhe cumpre realizar sobre a matéria bruta. O corpo se consome nesse trabalho, mas o Espírito não se gasta; ao contrário, sai dele cada vez mais forte, mais lúcido e mais apto. Que importa, pois, que o Espírito mude mais ou menos freqüentemente de envoltório?! Não deixa por isso de ser Espírito. É precisamente como se um homem mudasse cem vezes no ano as suas vestes. Não deixaria por isso de ser homem.
Por meio do incessante espetáculo da destruição, ensina Deus aos homens o pouco caso que devem fazer do envoltório material e lhes suscita a idéia da vida espiritual, fazendo que a desejem como uma compensação.
Objetar-se-á: não podia Deus chegar ao mesmo resultado por outros meios, sem constranger os seres vivos a se entredestruírem? Desde que na sua obra tudo é sabedoria, devemos supor que esta não existirá mais num ponto do que noutros; se não o compreendemos assim, devemos atribuí-lo à nossa falta de adiantamento. Contudo, podemos tentar a pesquisa da razão do que nos pareça defeituoso, tomando por bússola este princípio: Deus há de ser infinitamente justo e sábio. Procuremos, portanto, em tudo, a sua justiça e a sua sabedoria e curvemo-nos diante do que ultrapasse o nosso entendimento.
22. - Uma primeira utilidade, que se apresenta de tal destruição, utilidade, sem dúvida, puramente física, é esta: os corpos orgânicos só se conservam com o auxilio das matérias orgânicas, matérias que só elas contém os elementos nutritivos necessários à transformação deles. Como instrumentos de ação para o princípio inteligente, precisando os corpos ser constantemente renovados, a Providência faz que sirvam ao seu mútuo entretenimento. Eis por que os seres se nutrem uns dos outros. Mas, então, é o corpo que se nutre do corpo, sem que o Espírito se aniquile ou altere. Fica apenas despojado do seu envoltório. (1)
    (1) Veja-se: Revue Spirite, agosto de 1864, pág. 241, "Extinção das raças".
23. - Há também considerações morais de ordem elevada.
 É necessária a luta para o desenvolvimento do Espírito. Na luta é que ele exercita suas faculdades. O que ataca em busca do alimento e o que se defende para conservar a vida usam de habilidade e inteligência, aumentando, em conseqüência, suas forças intelectuais. Um dos dois sucumbe; mas, em realidade, que foi o que o mais forte ou o mais destro tirou ao mais fraco? A veste de carne, nada mais; ulteriormente, o Espírito, que não morreu, tomará outra.
24. - Nos seres inferiores da criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, em os quais a inteligência ainda não substituiu o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades é a da alimentação. Eles, pois, lutam unicamente para viver, isto é, para fazer ou defender uma presa, visto que nenhum móvel mais elevado os poderia estimular. É nesse primeiro período que a alma se elabora e ensaia para a vida.
No homem, há um período de transição em que ele mal se distingue do bruto. Nas primeiras idades, domina o instinto animal e a luta ainda tem por móvel a satisfação das necessidades materiais. Mais tarde, contrabalançam-se o instinto animal e o sentimento moral; luta então o homem, não mais para se alimentar, porém, para satisfazer à sua ambição, ao seu orgulho, à necessidade, que experimenta, de dominar. Para isso, ainda lhe é preciso destruir. Todavia, à medida que o senso moral prepondera, desenvolve-se a sensibilidade, diminui a necessidade de destruir, acaba mesmo por desaparecer, por se tornar odiosa. O homem ganha horror ao sangue.
Contudo, a luta é sempre necessária ao desenvolvimento do Espírito, pois, mesmo chegando a esse ponto, que parece culminante, ele ainda está longe de ser perfeito. Só à custa de muita atividade adquire conhecimento, experiência e se despoja dos últimos vestígios da animalidade. Mas, nessa ocasião, a luta, de sangrenta e brutal que era, se torna puramente intelectual. O homem luta contra as dificuldades, não mais contra os seus semelhantes. (1)
    (1) Sem prejulgar das conseqüências que se possam tirar desse princípio, apenas quisemos demonstrar, mediante essa explicação, que a destruição de uns seres vivos por outros em nada infirma a sabedoria divina e que, nas leis da Natureza, tudo se encadeia. Esse encadeamento forçosamente se quebra, desde que se abstraia do princípio espiritual. Muitas questões permanecem insolúveis, por só se levar em conta a matéria.
    As doutrinas materialistas trazem em si o princípio de sua própria destruição. Têm contra si não só o antagonismo em que se acham com as aspirações da universalidade dos homens e suas conseqüências morais, que farão sejam elas repelidas como dissolventes da sociedade, mas também a necessidade que o homem experimenta de se inteirar de tudo o que resulta do progresso. O desenvolvimento intelectual conduz o homem à pesquisa das causas. Ora, por pouco que ele reflita, não tardará a reconhecer a impotência do materialismo para tudo explicar. Como é possível que doutrinas que não satisfazem ao coração, nem à razão, nem à inteligência, que deixam problemáticas as mais vitais questões, venham a prevalecer? O progresso das idéias matará o materialismo, como matou o fanatismo.

Videoaula 2 - "Aprendendo Espiritismo"

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Há Espíritos?


1. A dúvida, no que concerne à existência dos Espíritos, tem como causa primária a ignorância acerca da verdadeira natureza deles. Geralmente, são figurados como seres à parte na criação e de cuja existência não está demonstrada a necessidade. Muitas pessoas, mais ou menos como as que só conhecem a História pelos romances, apenas os conhecem através dos contos fantásticos com que foram acalentadas em criança.
Sem indagarem se tais contos, despojados dos acessórios ridículos, encerram algum fundo de verdade, essas pessoas unicamente se impressionam com o lado absurdo que eles revelam. Sem se darem ao trabalho de tirar a casca amarga, para achar a amêndoa, rejeitam o todo, como fazem, relativamente à religião, os que, chocados por certos abusos, tudo englobam numa só condenação.
Seja qual for a idéia que dos Espíritos se faça, a crença neles necessariamente se funda na existência de um princípio inteligente fora da matéria. Essa crença é incompatível com a negação absoluta deste princípio. Tomamos, conseguintemente, por ponto de partida, a existência, a sobrevivência e a individualidade da alma, existência, sobrevivência e individualidade que têm no Espiritualismo a sua demonstração teórica e dogmática e, no Espiritismo, a demonstração positiva. Abstraiamos, por um momento, das manifestações propriamente ditas e, raciocinando por indução, vejamos a que conseqüências chegaremos.
2. Desde que se admite a existência da alma e sua individualidade após a morte, forçoso é também se admita:
  1. que a sua natureza difere da do corpo, visto que, separada deste, deixa de ter as propriedades peculiares ao corpo;
  2. que goza da consciência de si mesma, pois que é passível de alegria, ou de sofrimento, sem o que seria um ser inerte, caso em que possuí-la de nada nos valeria.
Admitido isso, tem-se que admitir que essa alma vai para alguma parte. Que vem a ser feito dela e para onde vai?
Segundo a crença vulgar, vai para o céu, ou para o inferno. Mas, onde ficam o céu e o inferno? Dizia-se outrora que o céu era em cima e o inferno embaixo. Porém, o que são o alto e o baixo no Universo, uma vez que se conhecem a esfericidade da Terra, o movimento dos astros, movimento que faz com que o que em dado instante está no alto esteja, doze horas depois, embaixo, e o infinito do espaço, através do qual o olhar penetra, indo a distâncias consideráveis? Verdade é que por lugares inferiores também se designam as profundezas da Terra. Mas, que vêm a ser essas profundezas, desde que a Geologia as esquadrinhou? Que ficaram sendo, igualmente, as esferas concêntricas chamadas céu de fogo, céu das estrelas, desde que se verificou que a Terra não é o centro dos mundos, que mesmo o nosso Sol não é único, que milhões de sóis brilham no Espaço, constituindo cada um o centro de um turbilhão planetário? A que ficou reduzida a importância da Terra, mergulhada nessa imensidade? Por que injustificável privilégio este quase imperceptível grão de areia, que não avulta pelo seu volume, nem pela sua posição, nem pelo papel que lhe cabe desempenhar, seria o único planeta povoado de seres racionais? A razão se recusa a admitir semelhante nulidade do infinito e tudo nos diz que os diferentes mundos são habitados. Ora, se são povoados, também fornecem seus contingentes para o mundo das almas. Porém, ainda uma vez, que terá sido feito dessas almas, depois que a Astronomia e a Geologia destruíram as moradas que se lhes destinavam e, sobretudo, depois que a teoria, tão racional, da pluralidade dos mundos, as multiplicou ao infinito?
Não podendo a doutrina da localização das almas harmonizar-se com os dados da Ciência, outra doutrina mais lógica lhes assina por domínio, não um lugar determinado e circunscrito, mas o espaço universal: formam elas um mundo invisível, em o qual vivemos imersos, que nos cerca e acotovela incessantemente. Haverá nisso alguma impossibilidade, alguma coisa que repugne à razão? De modo nenhum; tudo, ao contrário, nos afirma que não pode ser de outra maneira.
Mas, então, que vem a ser das penas e recompensas futuras, desde que se lhes suprimam os lugares especiais onde se efetivem? Notai que a incredulidade, com relação a tais penas e recompensas, provam geralmente de serem umas e outras apresentadas em condições inadmissíveis. Dizei, em vez disso, que as almas tiram de si mesmas a sua felicidade ou a sua desgraça; que a sorte lhes está subordinada ao estado moral; que a reunião das que se votam mútua simpatia e são boas representa para elas uma fonte de ventura; que, de acordo com o grau de purificação que tenham alcançado, penetram e entrevêem coisas que almas grosseiras não distinguem, e toda gente compreenderá sem dificuldade. Dizei mais que as almas não atingem o grau supremo, senão pelos esforços que façam por se melhorarem e depois de uma série de provas adequadas à sua purificação; que os anjos são almas que galgaram o último grau da escala, grau que todas podem atingir, tendo boa-vontade; que os anjos são os mensageiros de Deus, encarregados de velar pela execução de seus desígnios em todo o Universo, que se sentem ditosos com o desempenho dessas missões gloriosas, e lhes tereis dado à felicidade um fim mais útil e mais atraente, do que fazendo-a consistir numa contemplação perpétua, que não passaria de perpétua inutilidade. Dizei, finalmente, que os demônios são simplesmente as almas dos maus, ainda não purificadas, mas que podem, como as outras, ascender ao mais alto cume da perfeição e isto parecerá mais conforme à justiça e à bondade de Deus, do que a doutrina que os dá como criados para o mal e ao mal destinados eternamente. Ainda uma vez: aí tendes o que a mais severa razão, a mais rigorosa lógica, o bom-senso, em suma, podem admitir.
Ora, essas almas que povoam o Espaço são precisamente o a que se chama Espíritos. Assim, pois, os Espíritos não são senão as almas dos homens, despojadas do invólucro corpóreo. Mais hipotética lhes seria a existência, se fossem seres à parte. Se, porém, se admitir que há almas, necessário também será se admita que os Espíritos são simplesmente as almas e nada mais. Se se admite que as almas estão por toda parte, ter-se- á que admitir, do mesmo modo, que os Espíritos estão por toda parte. Possível, portanto, não fora negar a existência dos Espíritos, sem negar a das almas.
3. Isto não passa, é certo, de uma teoria mais racional do que a outra. Porém, já é muito que seja uma teoria que nem a razão, nem a ciência repelem. Acresce que, se os fatos a corroboram, tem ela por si a sanção do raciocínio e da experiência. Esses fatos se nos deparam no fenômeno das manifestações espíritas, que, assim, constituem a prova patente da existência e da sobrevivência da alma. Muitas pessoas há, entretanto, cuja crença não vai além desse ponto; que admitem a existência das almas e, conseguintemente, a dos Espíritos, mas que negam a possibilidade de nos comunicarmos com eles, pela razão, dizem, de que seres imateriais não podem atuar sobre a matéria. Esta dúvida assenta na ignorância da verdadeira natureza dos Espíritos, dos quais em geral fazem idéia muito falsa, supondo-os erradamente seres abstratos, vagos e indefinidos, o que não é real.
Figuremos, primeiramente, o Espírito em união com o corpo. Ele é o ser principal, pois que é o ser que pensa e sobrevive. O corpo não passa de um acessório seu, de um invólucro, uma veste, que ele deixa, quando usada. Além desse invólucro material, tem o Espírito um segundo, semimaterial, que o liga ao primeiro. Por ocasião da morte, despoja-se deste, porém não do outro, a que damos o nome de perispírito. Esse invólucro semimaterial, que tem a forma humana, constitui para o Espírito um corpo fluídico, vaporoso, mas que, pelo fato de nos ser invisível no seu estado normal, não deixa de ter algumas das propriedades da matéria. O Espírito não é, pois, um ponto, uma abstração; é um ser limitado e circunscrito, ao qual só falta ser visível e palpável, para se assemelhar aos seres humanos. Por que, então, não haveria de atuar sobre a matéria? Por ser fluídico o seu corpo? Mas, onde encontra o homem os seus mais possantes motores, senão entre os mais rarificados fluidos, mesmo entre os que se consideram imponderáveis, como, por exemplo, a eletricidade? Não é exato que a luz, imponderável, exerce ação química sobre a matéria ponderável? Não conhecemos a natureza íntima do perispírito. Suponhamo-lo, todavia, formado de matéria elétrica, ou de outra tão sutil quanto esta: por que, quando dirigido por uma vontade, não teria propriedade idêntica à daquela matéria?
4. A existência da alma e a de Deus, conseqüência uma da outra, constituindo a base de todo o edifício, antes de travarmos qualquer discussão espírita, importa indaguemos se o nosso interlocutor admite essa base. Se a estas questões:
Credes em Deus?
Credes que tendes uma alma?
Credes na sobrevivência da alma após a morte?
responder negativamente, ou, mesmo, se disser simplesmente: Não sei; desejara que assim fosse, mas não tenho a certeza disso, o que, quase sempre, eqüivale a uma negação polida, disfarçada sob uma forma menos categórica, para não chocar bruscamente o a que ele chama preconceitos respeitáveis, tão inútil seria ir além, como querer demonstrar as propriedades da luz a um cego que não admitisse a existência da luz. Porque, em suma, as manifestações espíritas não são mais do que efeitos das propriedades da alma. Com semelhante interlocutor, se se não quiser perder tempo, ter-se- á que seguir muito diversa ordem de idéias.
Admitida que seja a base, não como simples probabilidade, mas como coisa averiguada, incontestável, dela muito naturalmente decorrerá a existência dos Espíritos.
5. Resta agora a questão de saber se o Espírito pode comunicar-se com o homem, isto é, se pode com este trocar idéias. Por que não? Que é o homem, senão um Espírito aprisionado num corpo? Por que não há de o Espírito livre se comunicar com o Espírito cativo, como o homem livre com o encarcerado?
Desde que admitis a sobrevivência da alma, será racional que não admitais a sobrevivência dos afetos? Pois que as almas estão por toda parte, não será natural acreditarmos que a de um ente que nos amou durante a vida se acerque de nós, deseje comunicar-se conosco e se sirva para isso dos meios de que disponha? Enquanto vivo, não atuava ele sobre a matéria de seu corpo? Não era quem lhe dirigia os movimentos? Por que razão, depois de morto, entrando em acordo com outro Espírito ligado a um corpo, estaria impedido de se utilizar deste corpo vivo, para exprimir o seu pensamento, do mesmo modo que um mudo pode servir-se de uma pessoa que fale, para se fazer compreendido?
6. Abstraiamos, por instante, dos fatos que, ao nosso ver, tornam incontestável a realidade dessa comunicação; admitamo-la apenas como hipótese. Pedimos aos incrédulos que nos provem, não por simples negativas, visto que suas opiniões pessoais não podem constituir lei, mas expendendo razões peremptórias, que tal coisa não pode dar-se. Colocando-nos no terreno em que eles se colocam, uma vez que entendem de apreciar os fatos espíritas com o auxílio das leis da matéria, que tirem desse arsenal qualquer demonstração matemática, física, química, mecânica, fisiológica e provem por a mais b, partindo sempre do principio da existência e da sobrevivência da alma:
  1. que o ser pensante, que existe em nós durante a vida, não mais pensa depois da morte;
  2. que, se continua a pensar, está inibido de pensar naqueles a quem amou;
  3. que, se pensa nestes, não cogita de se comunicar com eles;
  4. que, podendo estar em toda parte, não pode estar ao nosso lado;
  5. que, podendo estar ao nosso lado, não pode comunicar-se conosco;
  6. que não pode, por meio do seu envoltório fluídico, atuar sobre a matéria inerte;
  7. que, sendo-lhe possível atuar sobre a matéria inerte, não pode atuar sobre um ser animado;
  8. que, tendo a possibilidade de atuar sobre um ser animado, não lhe pode dirigir a mão para fazê-lo escrever;
  9. que, podendo fazê-lo escrever, não lhe pode responder às perguntas, nem lhe transmitir seus pensamentos.
Quando os adversários do Espiritismo nos provarem que isto é impossível, aduzindo razões tão patentes quais as com que Galileu demonstrou que o Sol não é que gira em torno da Terra, então poderemos considerar-lhes fundadas as dúvidas. Infelizmente, até hoje, toda a argumentação a que recorrem se resume nestas palavras: Não creio, logo isto é impossível. Dir-nos-ão, com certeza, que nos cabe a nós provar a realidade das manifestações. Ora, nós lhes damos, pelos fatos e pelo raciocínio, a prova de que elas são reais. Mas, se não admitem nem uma, nem outra coisa, se chegam mesmo a negar o que vêem, toca-lhes a eles provar que o nosso raciocínio é falso e que os fatos são impossíveis.

Separação da alma e do corpo

154 O corpo ou a alma sente alguma dor no momento da morte?
– Não; o corpo sofre muitas vezes mais durante a vida do que no momento da morte: a alma não toma nenhuma parte nisso. Os sofrimentos que às vezes ocorrem no momento da morte são uma alegria para o Espírito, que vê chegar o fim de seu exílio.
Na morte natural, a que acontece pelo esgotamento dos órgãos em conseqüência da idade, o homem deixa a vida sem se dar conta disso: é como um foco de luz que se apaga por falta de suprimento.
155 Como se opera a separação da alma e do corpo?
– Quando os laços que a retinham se rompem, ela se desprende.
155 a A separação se opera instantaneamente e por uma transição brusca? Há uma linha de demarcação nitidamente traçada entre a vida e a morte?
– Não; a alma se desprende gradualmente e não escapa como um pássaro cativo subitamente libertado. Esses dois estados se tocam e se confundem de maneira que o Espírito se desprende pouco a pouco dos laços que o retinham no corpo físico: eles se desatam, não se quebram.
Durante a vida, o Espírito se encontra preso ao corpo por seu envoltório semimaterial ou perispírito. A morte é apenas a destruição do corpo e não do perispírito, que se separa do corpo quando nele cessa a vida orgânica. A observação demonstra que, no instante da morte, o desprendimento do perispírito não se completa subitamente; opera-se gradualmente e com uma lentidão muito variável, conforme os indivíduos. Para uns é bastante rápido e pode-se dizer que o momento da morte é ao mesmo instante o da libertação, quase imediata. Mas, para outros, aqueles cuja vida foi extremamente material e sensual, o desprendimento é mais demorado e dura algumas vezes dias, semanas e até mesmo meses. Isso sem que haja no corpo a menor vitalidade nem a possibilidade de um retorno à vida, mas uma simples afinidade entre corpo e Espírito, afinidade que sempre se dá em razão da importância que, durante a vida, o Espírito deu à matéria. É racional conceber, de fato, que quanto mais o Espírito se identifica com a matéria, mais sofre ao se separar dela. Por outro lado, a atividade intelectual e moral, a elevação de pensamentos, operam um início do desprendimento mesmo durante a vida do corpo, de tal forma que, quando a morte chega, o desprendimento é quase instantâneo. Esse é o resultado de estudos feitos em todos os indivíduos observados no momento da morte. Essas observações ainda provaram que a afinidade que em alguns indivíduos persiste entre a alma e o corpo é, algumas vezes, muito dolorosa, visto que o Espírito pode sentir o horror da decomposição. Esse caso é excepcional e particular para certos gêneros de vida e certos gêneros de morte; verifica-se entre alguns suicidas.
156 A separação definitiva da alma do corpo pode ocorrer antes da completa cessação da vida orgânica?
– Na agonia, a alma, algumas vezes, já deixou o corpo. Nada mais resta nele do que a vida orgânica. O homem não tem mais consciência de si mesmo e, entretanto, ainda há nele um sopro de vida orgânica. O corpo é uma máquina que o coração faz mover. Existe, enquanto o coração faz circular o sangue em suas veias, e não tem necessidade da alma para isso.
157 No momento da morte, a alma tem, às vezes, um desejo ou um êxtase que lhe faz entrever o mundo em que vai entrar?
– Muitas vezes a alma sente desfazerem-se os laços que aprendem ao corpo, então, faz todos os seus esforços para rompê-los completamente. Já em parte desprendida da matéria, vê o futuro desdobrar-se à sua frente e desfruta, por antecipação, do estado de Espírito.
158 O exemplo da lagarta, que inicialmente rasteja na terra, depois se fecha na sua crisálida1 numa morte aparente para renascer em uma existência brilhante, pode nos dar uma idéia da vida terrestre, da vida espiritual e, enfim, de nossa nova existência?
– Uma idéia imperfeita, mas a imagem é boa. Não deverá, entretanto, ser tomada ao pé da letra, como muitas vezes fazeis.
159 Que sensação experimenta a alma no momento em que reconhece estar no mundo dos Espíritos?
– Isso depende. Se fizestes o mal com o desejo de fazê-lo, vos envergonhareis de tê-lo feito, num primeiro momento. Para o justo, é bem diferente: é como o alívio de um grande peso, porque não teme nenhum olhar indagador.
160 O Espírito encontra imediatamente aqueles que conheceu na Terra e que desencarnaram antes dele?
– Sim, de acordo com a afeição que havia entre eles, muitas vezes vêm recebê-lo na volta ao mundo dos Espíritos e o ajudam a se desprender das faixas da matéria. Assim como reencontra também muitos que havia perdido de vista durante sua permanência na Terra. Vê os que estão na erraticidade2, como também vai visitar os que estão encarnados.
161 Na morte violenta e acidental, quando os órgãos ainda não estão enfraquecidos pela idade ou por doenças, a separação da alma e o término da vida ocorrem simultaneamente?
– Geralmente é simultâneo, mas, em todos os casos, o momento dessa separação é muito curto.
162 No caso de decapitação, por exemplo, o homem conserva por alguns instantes a consciência de si mesmo?
– Muitas vezes a conserva durante alguns minutos, até que a vida orgânica tenha-se extinguido completamente. Mas às vezes ocorre que a apreensão da morte pode fazer com que perca a consciência mesmo antes do instante do suplício.
Trata-se aqui da consciência que o supliciado pode ter de si mesmo, como homem e por intermédio dos órgãos, e não como Espírito. Se não perdeu a consciência antes do suplício pode, ainda, conservá-la por alguns instantes que são de uma duração muito curta e cessa necessariamente com a vida orgânica do cérebro, o que não implica que o perispírito esteja completamente desligado do corpo. Pelo contrário: em todos os casos de morte violenta, quando não acontece pela extinção natural das forças vitais, os laços que unem o corpo ao perispírito são muito fortes, e o desprendimento completo demora mais.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

VACINA CONTRA A DEPRESSÃO


Lendo e estudando sobre a depressão, trazemos aqui uma súmula
dos meios de prevenir essa patologia, mais mental do que física,
que traz sérios prejuízos para a vida social e espiritual do ser humano.
Citamos vários itens que podem evitar a depressão:

RELIGIOSIDADE
O estudo de uma religião esclarecida traz a conformação,
o sentimento de fraternidade e perdão. Ajuda a aceitação
de doenças, deficiências e morte de entes queridos. Sabendo
que tudo é  temporário e que nenhuma é eterna, torna-se mais ampla a compreensão da
razão de viver que é o aprendizado moral e espiritual.

PERDA DO ORGULHO
A criatura com orgulho acentuado possui muita abertura para a depressão.
Ofende-se facilmente, isola-se das pessoas com quem não se afina e sente-se
vítima do mundo sem nunca praticar a auto-análise necessária para maior
entendimento das situações. A humildade auxilia bastante a não se deprimir e não nos
dá brechas para ofensas ou mágoas inúteis.

PERDA DO EGOCENTRISMO
Pessoas muito centradas em si mesmas sofrem demasiadamente
quando não recebe atenção que acha que merece.
Criança ou jovem muito mimado não consegue aceitar a indiferença
do mundo aos seus desejos sendo esta uma das causadoras dos estados
depressivos.
Quando direcionamos nossos pensamentos aos outros sentimo-nos felizes
em sermos úteis e esquecemos as próprias dores.

TRABALHO
A mente ocupada num trabalho que traz prazer e recompensa, mais
emocional do que financeira, não dá abertura para se deprimir.

OTIMISMO
Um dos melhores fatores antidepressivo é o otimismo, porque a
criatura observa o mundo que a rodeia de forma sempre positiva
o que impede que nasçam, em si, focos de baixo astral que geram a depressão

PERDÃO
O ato de perdoar não é apenas uma recomendação religiosa, é mais
uma atitude terapêutica e preventiva contra males maiores.
O esquecimento do mal recebido é a atividade de um
coração generoso.

ACEITAÇÃO
Aceitar o que é inevitável na vida; como a morte de um ser querido,
perda da juventude ou de bens materiais; deficiência física ou invalidez.
Também mudança de nível social, de ambiente, etc.
A aceitação é também compreensão de que tudo que existe ao nosso
redor são instrumentos para amadurecimento espiritual.

Quem possui muita fé em si mesmo e em Deus possui a maior vacina
contra a depressão, pois ela é o oposto de todos os sintomas que trazem
a doença.


Enfim, todo sofrimento do homem tem origem no afastamento de sua
luz interior. Quando Deus fica longe de nossa vida, ficamos afastados
da alegria de viver.

(Autor desconhecido)

Dicas para Afastar Energias Negativas

Todos nós sabemos, as energias negativas são uma das preocupações do ser humano.
Procurar fugir delas é complicado. Elas nos alcançam em qualquer lugar do planeta.
Mas, podemos nos defender, começando a tomar uma série de atitudes e providências.
Abaixo, seguem seis dicas pessoais para começar a combatê-las.

1. NÃO TEMER NINGUÉM
Uma das armas mais eficazes na subjugação de um ser é impingir-lhe o medo.
Sentimento capaz de uma profunda perturbação interior, vindo até a provocar verdadeiros rombos na aura, deixando o indivíduo vulnerável a todos os ataques.
Temer alguém significa colocar-se em posição inferior, temer significa não acreditar em si mesmo e em seus potenciais, temer significa falta de fé.
O medo faz com que baixemos o nosso campo vibracional, tornando-nos assim vulneráveis às forças externas. Sentir medo de alguém é dar um atestado de que ele é mais forte e poderoso. Quanto mais você der força ao opressor, mais ele se fortalecerá.

2. NÃO SINTA CULPA
Assim como o medo, a culpa é um dos piores estados de espírito que existem.
Ela altera nosso campo vibracional, deixando nossa aura (campo de força) vulnerável ao agressor..
A culpa enfraquece nosso sistema imunológico e fecha os caminhos para a prosperidade.
Um dos maiores recursos utilizados pelos invejosos é fazer com que nos sintamos culpados pelas nossas conquistas.
Não faça o jogo deles e saiba que o seu sucesso é merecido.
Sustente as suas vitórias sempre!

3. ADOTE UMA POSTURA ATIVA
Nem sempre adotar uma postura defensiva é o melhor negócio. Enfrente a situação.
Lembre-se sempre do exemplo do cachorro: quem tem medo do animal e sai correndo, fatalmente será perseguido e mordido.
Já quem mantém a calma e contorna a situação pode sair ileso.
Ao invés de pensar que alguém pode influenciá-lo negativamente, por que não se adiantar e influenciá-lo beneficamente?
Ou será que o mal dele é mais forte que o seu bem?
Por que será que nós sempre nos colocamos numa atitude passiva de vítimas?
Antes que o outro o alcance com sua maldade, atinja-o antecipadamente com muita luz e pensamentos de paz, compaixão e amor.

4. FIQUE SEMPRE DO SEU LADO
A maior causa dos problemas de relacionamentos humanos é a "Auto-Obsessão".
A influência negativa de uma pessoa sobre outra sempre existirá enquanto houver uma idéia de dominação, de desigualdade humana, enquanto um se achar mais e outro menos, enquanto nossas relações não forem pautadas pelo respeito mútuo.
Mas grande parte dos problemas existe porque não nos relacionamos bem com nós mesmos.
'Auto-Obsessão' significa não se gostar, não se apoiar, se auto boicotar, se desvalorizar, não satisfazer suas necessidades pessoais e dar força ao outro, permitindo que ele influencie sua vida, achar que os outros merecem mais do que nós.
Auto - obsequiar-se é não ouvir a voz da nossa alma, é dar mais valor à opinião dos outros.
Os que enveredam por esse caminho acabam perdendo a sua força pessoal e abrem as portas para toda as pessoas dominadoras e energias de baixo nível.
A força interior é nossa maior defesa.

5. SUBA PARA POSIÇÕES ELEVADAS
As flechas não alcançam o céu.
Coloque-se sempre em posições elevadas com bons pensamentos, palavras, ações e sentimentos nobres e maduros.Uma atmosfera de pensamentos e sentimentos de alto nível faz com que as energias do mal, que têm pequeno alcance, não o atinjam.Essa é a melhor forma de criar 'incompatibilidade' com as forças do mal e energias incompatíveis não se misturam.

6. FECHE-SE ÀS INFLUÊNCIAS NEGATIVAS
As vias de acesso pelas quais as influências negativas podem entrar em nosso campo são as portas que levam à nossa alma, ou seja, a 'mente' e o 'coração'.
Além de manter o coração e mente sempre resguardados das energias dos maus pensamentos e sentimentos negativos, fuja das conversas negativas, maldosas e depressivas.
Evite lugares densos e de baixo nível.
Quando não puder ajudar, afaste-se de pessoas que não lhe acrescentam nada e só o puxam para o lado negativo da vida.
O mesmo vale para as leituras, programas de televisão, filmes, músicas e passatempos de baixo nível.

Fonte: http://www.mensagemespirita.com.br/mensagem-em-video/192/dicas-para-afastar-energias-negativas

domingo, 26 de agosto de 2012

1ª Psicografia do Tiago Fernandes

Tiago Fernandes
Mamãe Sonia.
Não sei dizer o que se passa comigo neste momento. Tenho vontade de chorar e de sorrir ao mesmo tempo. Experimento uma emoção estranha sentindo-me encontrar neste ambiente de oração, um encontro com o Céu da maneira que sei entendê-lo.
Querida mãe quem poderia pensar que algo de errado pudesse acontecer naquela manhã em que eu e meu amigo Leonardo saímos em direção a São Paulo, passamos por Taubaté já falando do nosso cansaço, mas nos sentíamos fortalecidos pela nossa vontade de chegar em casa.
O Léo dirigia o veículo com a segurança de sempre. Se estou certo, ao desviar de um pedaço de pneu deixado na estrada, fez com que ele, na tentativa de desviar do que poderia ser perigoso, foi de encontro com o veículo à valeta, e daí, as cambalhotas do veículo que causou minha morte física.
Mãe não joguemos contra o Léo a responsabilidade do que me aconteceu. Garanto a você que meu amigo não falhou, apenas tentou ele sair de um perigo e daí encontramos com outro.
Gostaria até que o Léo recebesse estas minhas notícias, para que eu diga a ele que tenho por ele a mesma estima.
Sei mãe, que o papai Nivaldo tem sofrido com a minha ausência, diga ao meu pai que sou dele o mesmo filho.
E você Jorge, obrigado por tudo, pela força, pelo carinho, sei que você é mais um a proteger minha mãe.
Ficarei feliz se o Rogério, a Bárbara e o Rafael puderem ser capazes de me reconhecer através dessas páginas, nas quais deixo as vibrações melhores do meu coração, entregando aos meus irmãos o bem de que sou capaz.
Desejo continuar recebendo da vovó Djanira e do vovô Mario as bênçãos e as preces, que são para mim amparo de que sempre sou necessitado.
Mamãe Sonia, compreendo o quanto é difícil, mas conto com a sua força, com este amor de mãe que sempre será a minha proteção.
Receba seu filho com tudo de melhor que possa entregar a você, e confia-te de que continuamos juntos. Deus nos ampara a todas as mães e todos os filhos.
Beijão.
Beijos na Bárbara, e que ela ame a vida com a certeza que o que é eterno nos pede confiar e amar sempre mais.
Abraços no Rogério, no Rafael no papai Nivaldo.
Jorge, mais uma vez obrigado.
Mãe, o Céu é seu. Esteja recebendo a Luz que sei, manterá em você a confiança de que Deus, em momento algum, nos deixa sem a sua atenção de Amor.
Beijão
Tiago Fernandes.
MENSAGEM PSICOGRAFADA PELO MÉDIUM CELSO DE ALMEIDA AFONSO, EM REUNIÃO PÚBLICA, NA NOITE DO DIA 05/12/2003, NO CENTRO ESPÍRITA “AURÉLIO AGOSTINHO”, À AV. LUCAS BORGES, 61 – UBERABA – MG.
Esclarecimentos:
  • Sonia – Mãe;
  • Nivaldo – Pai;
  • Jorge – Padrasto;
  • Vó Dja e Vô Mario – Avós maternos;
  • Léo – Amigo que dirigia o veículo e sobreviveu;
  • Rogério, Bárbara e Rafael – Irmãos.
Tiago Fernandes
Nasceu no dia 04/10/1982
Desencarnou no dia 08/09/2002
 
(http://www.saudadeeadeus.com.br/primeiratiago.htm)
 
 

1ª Psicografia da Tatiana Madjarof

1ª Psicografia da Tatiana Madjarof


PRIMEIRA PSICOGRAFIA DA TATIANA MADJAROF EM UBERABA
É incrível mãe!
É difícil explicar esta minha emoção e todo este 
intercâmbio que me permite entregar esta carta 
em suas mãos.
Mamãe Rosana, não quero chorar, quero fazer
 de conta que estou lá no Texas, com minhas
 lembranças de todos e com a certeza de que
 aconteça novamente o nosso encontro.
Mãe, naquele dia do acidente, me senti igual a 
um pássaro voando para atender o trinar de outro
 amigo que o chama para a festa da vida.
Atendia o convite da Lydia, sentindo em meu ser
 a felicidade de ser lembrada por alguém a quem 
coloquei bem dentro do coração.
Próximo a mim, o presente do papai Jorge: o 
cãozinho Tommy; meu companheiro, motivo de
 minha alegria.
Saímos de Tubarão, mas não foi possível chegar
 ao encontro desejado com nossa Lydia.
Não creio que minuciar os detalhes do acidente possa nos causar algum benefício.
Quero apenas dizer que o meu Tommy me acompanha até hoje, e que eu não me deparei 
com os sofrimentos que possam imaginar.
Aconteceu que o encontro com o outro veículo só me deu a consciência, naquele
 momento, quando chamei: Meu Deus!
Nada vi, nada senti.
Foi como se apagasse uma luminária que permanece com sua luz na energia da vida.
Me lembro de abrir os olhos pela primeira vez dentro do novo espaço de vida.
Sem alarde, iniciava minha trajetória de encontros.
A tia Silvinha, a tia Ivete, o vovô Paulo, cada um tentando me entregar tudo que possuíam de bom na tentativa de amenizar o meu susto, mas confesso que os encontrei com o meu olhar sem compreender, é certo, mas não transmiti a eles qualquer movimento ou palavra de revolta.
O certo mãe, é que Deus ali se apresentava através do amor de suas criaturas.
Para não complicar o assunto, prolongando-o com nossas palavras, devo dizer que não me faltou calma, e, a presença do Tommy, que logo me foi entregue, era de maneira a me fazer segura.
Sentia junto ao cãozinho, a presença do papai Jorge e a sua presença mãe.
Sentia que minha irmã Lú, a nossa Luciana, ali estava, e, as presenças do vovô Paulo, da tia Ivete e da tia Silvinha me fazia sentir bem.
Ao meu lado a vovó Rosa, e o exemplo desta guerreira me auxiliava a não fraquejar.
O que terminou mãe? O corpo!
Sua filha permanece, e minha vida tem ela os mesmos sentimentos dedicados a vocês.
Vovó Rosa, você é vencedora! Me ajude a ser vencedora.
Dá aquele beijo na Mari e no Paulinho. Diga a eles que são beijos da tia Ivete e meus.
Dá um abração no tio Paulo.
Sinto falta daqueles momentos em que, descontraídos, fazíamos juntos aquela festa em família.
Mãe! Nos amamos.
Permanecemos na condição de grandes amigas e seremos assim sempre; capazes de compreender uma a outra. Meus beijos.
Penso que nos Estados Unidos, me via bem mais distante de você do que estou agora.
Espero que o papai Jorge, através do que escrevo, sinta o quanto de amor tenho por ele, e que meu bondoso pai leve até a vovó Jacy e o vovô Eduardo, meu carinho de neta.
Beijos mãe.
Beijão vovó Rosa. Aprendo com você a ser vencedora.
Amo vocês.
Tati.
Tatiana Madjarof Bussamra.
 


MENSAGEM PSICOGRAFADA PELO MÉDIUM CELSO DE 
ALMEIDA AFONSO, EM REUNIÃO PÚBLICA, NA NOITE DO DIA 15/09/2006, 
NO CENTRO ESPÍRITA 
“AURÉLIO AGOSTINHO”, À AV. LUCAS BORGES, 61 – UBERABA – MG.
Esclarecimentos:
  • Rosana e Jorge — Pais;
  • Lú (Luciana) — Irmã;
  • Vovó Rosa — Avó materna;
  • Mari (Mariana) e Paulinho — Primos, filhos da tia Ivete;
  • Tio Paulo — Tio materno;
  • Jacy e Eduardo — Avós paternos;
  • Lydia — Melhor amiga da Tati. A Tati se dirigia à casa de praia da Lydia, em Laguna – SC, para
  •  um almoço entre amigos, quando aconteceu o acidente;
  • Tommy — Cãozinho da raça Maltês, com 3 meses de vida, que a Tati ganhou do pai uma
  •  semana antes do acidente e que desencarnou com ela;
  • Tia Silvinha — Tia materna, desencarnada em 04/05/1986, aos 19 anos, em acidente automobilístico
  •  na Via Anchieta;
  • Tia Ivete — Tia materna, desencarnada em 22/06/2005, aos 44 anos, em decorrência de um câncer;
  • Vovô Paulo — Avô materno, desencarnado em 12/05/1991, aos 57 anos, vítima de infarto;
  • Tubarão — Apesar de morarmos em São Paulo, a Tati morava em Tubarão – SC, devido ao fato de
  •  estar cursando a faculdade de medicina nesta cidade;
  • Texas — Local em que fez intercâmbio estudantil, na cidade de Killeen, entre agosto/1999 a
  •  agosto/2000;
  • Estados Unidos — Há 3 anos consecutivos que a Tati passava as férias de final de ano no Colorado, 
  • trabalhando em estações de esqui.



 



Tatiana Madjarof Bussamra



Nasceu em 21/12/1982 em São Paulo – SP


Desencarnou em 04/02/2006 em Capivari de Baixo – SC
 
(http://www.saudadeeadeus.com.br/primeira.htm)

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O porvir e o nada


1. - Vivemos, pensamos e operamos - eis o que é positivo. E que morremos, não é menos certo.
Mas, deixando a Terra, para onde vamos? Que seremos após a morte? Estaremos melhor ou pior? Existiremos ou não? Ser ou não ser, tal a alternativa. Para sempre ou para nunca mais; ou tudo ou nada: Viveremos eternamente, ou tudo se aniquilara de vez? É uma tese, essa, que se impõe.
Todo homem experimenta a necessidade de viver, de gozar, de amar e ser feliz. Dizei ao moribundo que ele viverá ainda; que a sua hora é retardada; dizei-lhe sobretudo que será mais feliz do que porventura o tenha sido, e o seu coração rejubilará.
Mas, de que serviriam essas aspirações de felicidade, se um leve sopro pudesse dissipá-las?
Haverá algo de mais desesperador do que esse pensamento da destruição absoluta? Afeições caras, inteligência, progresso, saber laboriosamente adquiridos, tudo despedaçado, tudo perdido! De nada nos serviria, portanto, qualquer esforço no sofreamento das paixões, de fadiga para nos ilustrarmos, de devotamento à causa do progresso, desde que de tudo isso nada aproveitássemos, predominando o pensamento de que amanhã mesmo, talvez, de nada nos serviria tudo isso. Se assim fora, a sorte do homem seria cem vezes pior que a do bruto, porque este vive inteiramente do presente na satisfação dos seus apetites materiais, sem aspiração para o futuro. Diz-nos uma secreta intuição, porém, que isso não é possível.
2. - Pela crença em o nada, o homem concentra todos os seus pensamentos, forçosamente, na vida presente.
Logicamente não se explicaria a preocupação de um futuro que se não espera.
Esta preocupação exclusiva do presente conduz o homem a pensar em si, de preferência a tudo: é, pois, o mais poderoso estimulo ao egoísmo, e o incrédulo é conseqüente quando chega à seguinte conclusão: Gozemos enquanto aqui estamos; gozemos o mais possível, pois que conosco tudo se acaba; gozemos depressa, porque não sabemos quanto tempo existiremos
Ainda conseqüente é esta outra conclusão, aliás mais grave para a sociedade: Gozemos apesar de tudo, gozemos de qualquer modo, cada qual por si: a felicidade neste mundo é do mais astuto.
E se o respeito humano contém a alguns seres, que freio haverá para os que nada temem?
Acreditam estes últimos que as leis humanas não atingem senão os ineptos e assim empregam todo o seu engenho no melhor meio de a elas se esquivarem.
Se há doutrina insensata e anti-social, é, seguramente, o niilismo que rompe os verdadeiros laços de solidariedade e fraternidade, em que se fundam as relações sociais.
3. - Suponhamos que, por uma circunstância qualquer, todo um povo adquire a certeza de que em oito dias, num mês, ou num ano será aniquilado; que nem um só indivíduo lhe sobreviverá, como de sua existência não sobreviverá nem um só traço: Que fará esse povo condenado, aguardando o extermínio?
Trabalhará pela causa do seu progresso, da sua instrução? Entregar-se-á ao trabalho para viver? Respeitará os direitos, os bens, a vida do seu semelhante? Submeter-se-á a qualquer lei ou autoridade por mais legitima que seja, mesmo a paterna?
Haverá para ele, nessa emergência, qualquer dever?
Certo que não. Pois bem! O que se não dá coletivamente, a doutrina do niilismo realiza todos os dias isoladamente, individualmente.
E se as conseqüências não são desastrosas tanto quanto poderiam ser, é, em primeiro lugar, porque na maioria dos incrédulos há mais jactância que verdadeira incredulidade, mais dúvida que convicção - possuindo eles mais medo do nada do que pretendem aparentar - o qualificativo de espíritos fortes lisonjeia-lhes a vaidade e o amor-próprio; em segundo lugar, porque os incrédulos absolutos se contam por ínfima minoria, e sentem a seu pesar os ascendentes da opinião contrária, mantidos por uma força material.
Torne-se, não obstante, absoluta a incredulidade da maioria, e a sociedade entrará em dissolução.
Eis ao que tende a propagação da doutrina niilista. (1)
Fossem, porém, quais fossem as suas conseqüências, uma vez que se impusesse como verdadeira, seria preciso aceitá-la, e nem sistemas contrários, nem a idéia dos males resultantes poderiam obstar-lhe a existência. Forçoso é dizer que, a despeito dos melhores esforços da religião, o cepticismo, a dúvida, a indiferença ganham terreno dia a dia.
Mas, se a religião se mostra impotente para sustar a incredulidade, é que lhe falta alguma coisa na luta. Se por outro lado a religião se condenasse à imobilidade, estaria, em dado tempo, dissolvida.
O que lhe falta neste século de positivismo, em que se procura compreender antes de crer, é, sem dúvida, a sanção de suas doutrinas por fatos positivos, assim como a concordância das mesmas com os dados positivos da Ciência. Dizendo ela ser branco o que os fatos dizem ser negro, é preciso optar entre a evidência e a fé cega.
    (1) Um moço de dezoito anos, afetado de uma enfermidade do coração, foi declarado incurável. A Ciência havia dito: Pode morrer dentro de oito dias ou de dois anos, mas não irá além. Sabendo-o, o moço para logo abandonou os estudos e entregou-se a excessos de todo o gênero.
    Quando se lhe ponderava o perigo de uma vida desregrada, respondia: Que me importa, se não tenho mais de dois anos de vida? De que me serviria fatigar o espírito? Gozo o pouco que me resta e quero divertir-me até ao fim. Eis a conseqüência lógica do niilismo.
    Se este moço fora espírita, teria dito: A morte só destruirá o corpo, que deixarei como fato usado, mas o meu Espírito viverá. Serei na vida futura aquilo que eu próprio houver feito de mim nesta vida; do que nela puder adquirir em qualidades morais e intelectuais nada perderei, porque será outro tanto de ganho para o meu adiantamento; toda a imperfeição de que me livrar será um passo a mais para a felicidade. A minha felicidade ou infelicidade depende da utilidade ou inutilidade da presente existência. É portanto de meu interesse aproveitar o pouco tempo que me resta, e evitar tudo que possa diminuir-me as forças. Qual destas doutrinas é preferível?
4. - É nestas circunstâncias que o Espiritismo vem opor um dique à difusão da incredulidade, não somente pelo raciocínio, não somente pela perspectiva dos perigos que ela acarreta, mas pelos fatos materiais, tornando visíveis e tangíveis a alma e a vida futura.
Todos somos livres na escolha das nossas crenças; podemos crer em alguma coisa ou em nada crer, mas aqueles que procuram fazer prevalecer no espírito das massas, da juventude principalmente, a negação do futuro, apoiando-se na autoridade do seu saber e no ascendente da sua posição, semeiam na sociedade germens de perturbação e dissolução, incorrendo em grande responsabilidade.
5. - Há uma doutrina que se defende da pecha de materialista porque admite a existência de um princípio inteligente fora da matéria: é a da absorção no Todo Universal.
Segundo esta doutrina, cada indivíduo assimila ao nascer uma parcela desse princípio, que constitui sua alma, e dá-lhe vida, inteligência e sentimento.
Pela morte, esta alma volta ao foco comum e perde-se no infinito, qual gota dágua no oceano.
Incontestavelmente esta doutrina é um passo adiantado sobre o puro materialismo, visto como admite alguma coisa, quando este nada admite. As conseqüências, porém, são exatamente as mesmas.
Ser o homem imerso em o nada ou no reservatório comum, é para ele a mesma coisa; aniquilado ou perdendo a sua individualidade, é como se não existisse; as relações sociais nem por isso deixam de romper-se, e para sempre.
O que lhe é essencial é a conservação do seu eu; sem este, que lhe importa ou não subsistir?
O futuro afigura-se-lhe sempre nulo, e a vida presente é a única coisa que o interessa e preocupa.
Sob o ponto de vista das conseqüências morais, esta doutrina é, pois, tão insensata, tão desesperadora, tão subversiva como o materialismo propriamente dito.
6. - Pode-se, além disso, fazer esta objeção: todas as gotas d'água tomadas ao oceano se assemelham e possuem idênticas propriedades como partes de um mesmo todo; por que, pois, as almas tomadas ao grande oceano da inteligência universal tão pouco se assemelham? Por que o gênio e a estupidez, as mais sublimes virtudes e os vícios mais ignóbeis? Por que a bondade, a doçura, a mansuetude ao lado da maldade, da crueldade, da barbaria? Como podem ser tão diferentes entre si as partes de um mesmo todo homogêneo? Dir-se-á que é a educação que a modifica? Neste caso donde vêm as qualidades inatas, as inteligências precoces, os bons e maus instintos independentes de toda a educação e tantas vezes em desarmonia com o meio no qual se desenvolvem?
Não resta dúvida de que a educação modifica as qualidades intelectuais e morais da alma; mas aqui ocorre uma outra dificuldade: Quem dá a esta a educação para fazê-la progredir? Outras almas que por sua origem comum não devem ser mais adiantadas. Além disso, reentrando a alma no Todo Universal donde saiu, e havendo progredido durante a vida, leva-lhe um elemento mais perfeito. Dai se infere que esse Todo se encontraria, pela continuação, profundamente modificado e melhorado. Assim, como se explica saírem incessantemente desse Todo almas ignorantes e perversas?
7. - Nesta doutrina, a fonte universal de inteligência que abastece as almas humanas é independente da Divindade; não é precisamente o panteísmo.
O panteísmo propriamente dito considera o principio universal de vida e de inteligência como constituindo a Divindade. Deus é concomitantemente Espírito e matéria; todos os seres, todos os corpos da Natureza compõem a Divindade, da qual são as moléculas e os elementos constitutivos; Deus é o conjunto de todas as inteligências reunidas; cada indivíduo, sendo uma parte do todo, é Deus ele próprio; nenhum ser superior e independente rege o conjunto; o Universo é uma imensa república sem chefe, ou antes, onde cada qual é chefe com poder absoluto.
8. - A este sistema podem opor-se inumeráveis objeções, das quais são estas as principais: não se podendo conceber divindade sem infinita perfeição, pergunta-se como um todo perfeito pode ser formado de partes tão imperfeitas, tendo necessidade de progredir? Devendo cada parte ser submetida à lei do progresso, força é convir que o próprio Deus deve progredir; e se Ele progride constantemente, deveria ter sido, na origem dos tempos, muito imperfeito.
E como pôde um ser imperfeito, formado de idéias tão divergentes, conceber leis tão harmônicas, tão admiráveis de unidade, de sabedoria e previdência quais as que regem o Universo? Se todas as almas são porções da Divindade, todos concorreram para as leis da Natureza; como sucede, pois, que elas murmurem sem cessar contra essas leis que são obra sua? Uma teoria não pode ser aceita como verdadeira senão com a cláusula de satisfazer a razão e dar conta de todos os fatos que abrange; se um só fato lhe trouxer um desmentido, é que não contém a verdade absoluta.
9. - Sob o ponto de vista moral, as conseqüências são igualmente ilógicas. Em primeiro lugar é para as almas, tal como no sistema precedente, a absorção num todo e a perda da individualidade. Dado que se admita, consoante a opinião de alguns panteístas, que as almas conservem essa individualidade, Deus deixaria de ter vontade única para ser um composto de miríades de vontades divergentes.
Além disso, sendo cada alma parte integrante da Divindade, deixa de ser dominada por um poder superior; não incorre em responsabilidade por seus atos bons ou maus; soberana, não tendo interesse algum na prática do bem, ela pode praticar o mal impunemente.
10. - Demais, estes sistemas não satisfazem nem a razão nem a aspiração humanas; deles decorrem dificuldades insuperáveis, pois são impotentes para resolver todas as questões de fato que suscitam. O homem tem, pois, três alternativas: o nada, a absorção ou a individualidade da alma antes e depois da morte
É para esta última crença que a lógica nos impele irresistivelmente, crença que tem formado a base de todas as religiões desde que o mundo existe.
E se a lógica nos conduz à individualidade da alma, também nos aponta esta outra conseqüência: a sorte de cada alma deve depender das suas qualidades pessoais, pois seria irracional admitir que a alma atrasada do selvagem, como a do homem perverso, estivesse no nível da do sábio, do homem de bem. Segundo os princípios de justiça, as almas devem ter a responsabilidade dos seus atos, mas para haver essa responsabilidade, preciso é que elas sejam livres na escolha do bem e do mal; sem o livre-arbítrio há fatalidade, e com a fatalidade não coexistiria a responsabilidade.
11. - Todas as religiões admitiram igualmente o principio da felicidade ou infelicidade da alma após a morte, ou, por outra, as penas e gozos futuros, que se resumem na doutrina do céu e do inferno encontrada em toda parte.
No que elas diferem essencialmente, é quanto à natureza dessas penas e gozos, principalmente sobre as condições determinantes de umas e de outras.
Daí os pontos de fé contraditórios dando origem a cultos diferentes, e os deveres impostos por estes, consecutivamente, para honrar a Deus e alcançar por esse meio o céu, evitando o inferno.
12. - Todas as religiões houveram de ser em sua origem relativas ao grau de adiantamento moral e intelectual dos homens: estes, assaz materializados para compreenderem o mérito das coisas puramente espirituais, fizeram consistir a maior parte dos deveres religiosos no cumprimento de fórmulas exteriores.
Por muito tempo essas fórmulas lhes satisfizeram a razão; porém, mais tarde, porque se fizesse a luz em seu espírito, sentindo o vácuo dessas fórmulas, uma vez que a religião não o preenchia, abandonaram-na e tornaram-se filósofos.
13. - Se a religião, apropriada em começo aos conhecimentos limitados do homem, tivesse acompanhado sempre o movimento progressivo do espírito humano, não haveria incrédulos, porque está na própria natureza do homem a necessidade de crer, e ele crerá desde que se lhe dê o pábulo espiritual de harmonia com as suas necessidades intelectuais.
O homem quer saber donde velo e para onde vai. Mostrando-se-lhe um fim que não corresponde às suas aspirações nem à idéia que ele faz de Deus, tampouco aos dados positivos que lhe fornece a Ciência; impondo-se-lhe, ademais, para atingir o seu desiderato, condições cuja utilidade sua razão contesta, ele tudo rejeita; o materialismo e o panteísmo parecem-lhe mais racionais, porque com eles ao menos se raciocina e se discute, falsamente embora. E há razão, porque antes raciocinar em falso do que não raciocinar absolutamente.
Apresente-se-lhe, porém, um futuro condicionalmente lógico, digno em tudo da grandeza, da justiça e da infinita bondade de Deus, e ele repudiará o materialismo e o panteísmo, cujo vácuo sente em seu foro intimo, e que aceitará à falta de melhor crença.
O Espiritismo dá coisa melhor; eis por que é acolhido pressurosamente por todos os atormentados da dúvida, os que não encontram nem nas crenças nem nas filosofias vulgares o que procuram. O Espiritismo tem por si a lógica do raciocínio e a sanção dos fatos, e é por isso que inutilmente o têm combatido.
14. - Instintivamente tem o homem a crença no futuro, mas não possuindo até agora nenhuma base certa para defini-lo, a sua imaginação fantasiou os sistemas que originaram a diversidade de crenças. A Doutrina Espírita sobre o futuro - não sendo uma obra de imaginação mais ou menos arquitetada engenhosamente, porém o resultado da observação de fatos materiais que se desdobram hoje à nossa vista -congraçará, como já está acontecendo, as opiniões divergentes ou flutuantes e trará gradualmente, pela força das coisas, a unidade de crenças sobre esse ponto, não já baseada em simples hipótese, mas na certeza. A unificação feita relativamente à sorte futura das almas será o primeiro ponto de contacto dos diversos cultos, um passo imenso para a tolerância religiosa em primeiro lugar e, mais tarde, para a completa fusão.