O professor lutava na escola com um grande problema.
Os alunos começaram a ler muitas histórias de homens maus, de roubos e de crimes e passaram a viver em plena insubordinação.
Queriam imitar aventureiros e malfeitores e, em razão disso, na escola e em casa apresentavam péssimo comportamento.
Alguns pronunciavam palavrões, julgando-se bem-educados, e outros se
entregavam a brinquedos de mau gosto, acreditando que assim mostravam
superioridade e inteligência.
Esqueciam-se dos bons livros.
Zombavam dos bons conselhos.
O professor, em vista disso, certo dia reuniu todas as classes para a
merenda costumeira, apresentando-se uma surpresa esquisita.
Os
pratos estavam cheios de coisas impróprias, tais como pães envolvidos
em lama, doces com batatas podres, pedaços de maçãs com tomates
deteriorados e geléias misturadas com fel e pimenta.
Os meninos revoltados gritavam contra o que viam, mas o velho educador pediu silêncio e, tomando a palavra, disse-lhes:
- Meus filhos, se não podemos dispensar o alimento puro a benefício do
corpo, precisamos também de alimento sadio para a nossa alma. O pão
garante a nossa energia física, mas a leitura é a fonte de nossa vida
espiritual. Os maus livros, as reportagens infelizes, as difamações e as
aventuras criminosas representam substâncias apodrecidas que nós
absorvemos, envenenando a vida mental e prejudicando-nos a conduta. Se
gostamos das refeições saborosas que auxiliam a conservação de nossa
saúde, procuremos também as páginas que cooperam na defesa de nossa
harmonia interior, a fim de nunca fugirmos ao correto procedimento.
Com essa preleção, a hora da merenda foi encerrada.
Os alunos retiraram-se cabisbaixos.
E, pouco a pouco, a vida dos meninos foi sendo retificada, modificando-se para melhor.
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